NINA HAGEN CASA DA MÚSICA

Uma das características mais fascinantes de Nina Hagen é não nos permitir ter certezas sobre o que irá fazer a seguir. Celebrizada como ícone do punk alemão, a cantora aborda com igual à-vontade o gospel, a soul, o country ou o jazz. O novo disco, Personal Jesus, um manifesto emocional especialmente dedicado à sua religiosidade, é prova disso mesmo.
Oriundo de Portland (Oregon, EUA), o quarteto Tu Fawning vem apresentar o seu álbum de estreia, Hearts on Hold, lançado recentemente pela City Slang. O primeiro single, “I Know You Know”, é um registo hipnótico e etéreo que emerge como uma mistura de Portishead e Tom Waits.

A Sala 2 recebe também o projecto português Aquaparque, formado por André Abel e Pedro Magina. Centrado numa pop experimental, o duo desconstrói o formato canção e apresenta composições com camadas que se sobrepõem e mudanças inesperadas de direcção, procurando sempre mais surpreender do que acomodar.

No Restaurante, a pista de dança é animada pelos DJ sets de Sarah Blackwood, que se desligou há dois meses do projecto Client e antes havia sido vocalista dos Dubstar, e de Graeme Park, que foi DJ residente no Hacienda (Manchester) durante oito anos e nas últimas décadas tem actuado um pouco por todo o mundo.

Nos Bares, a noite é preenchida pelas escolhas de Nuno Bernardino, um adepto inveterado do vinil.

Após a sessão apresentada por Álvaro Costa, desta vez dedicada ao período berlinense de David Bowie, pode ouvir-se na Cibermúsica Pão e Mosaique. O primeiro é um trio que explora a improvisação livre com instrumentos acústicos e electrónica, baseando-se no fenómeno acústico do drone e em massas sonoras cíclicas e progressivas; o segundo é um projecto de Jan Ferreira, compositor que trabalha essencialmente com síntese analógica, distorção e manipulação de feedback. Tem editado para a Crónica, onde surgiu recentemente o título Shattering Silence.

Autor: Marisa Dias Antunes