“UM DISCO PARA JOSÉ MÁRIO BRANCO”

“Um Disco para José Mário Branco” é uma prova de admiração e afecto, e também um agradecimento. Pela música, pelas palavras, pelo exemplo, pela atitude, pela inspiração. Ao reunir um conjunto de artistas tão ecléctico e diversificado, o resultado foi um retrato-mosaico de uma obra maior da música portuguesa. Ao juntarmos tantas sensibilidades diferentes, percebemos que José Mário Branco chegou a várias gerações sem perder força, que as suas ideias, soluções e abordagens à canção, no fundo a sua visão artística, continuam a fazer sentido e caminho.

Este disco partiu da celebração dos 40 anos do 25 de Abril, tendo o José Mário Branco como referência. Fez-se um livro (na Abysmo) e um espectáculo (na Casa da Música). Lançaram-se sementes. E agora, recolhemos os frutos nas leituras inéditas de Luca Argel (vídeo), Marfa, Osso Vaidoso, Batida feat. AF Diaphra, Primeira Dama, Guta Naki, Ermo e João Grosso. E completamos este lote com uma recolha de versões, colaborações e citação já editadas de JP Simões, Camané, Lavoisier, os norte-americanos The Walk

abouts, os espanhóis SINGLE, Peste & Sida e Mão Morta.

Conclusão: a obra de José Mário Branco vai do hip-hop à electrónica, do fado à pop, do rock à poesia pura e dura, sem passar pela facilidade, gratuidade ou vacuidade. É política, emotiva, terna, dura, alegre, triste, lúdica, inteligente. E sempre generosa. Como este feliz mapa que (re)inventa caminhos, (re)aponta direcções e, no entretanto, (re)descobre tesouros.

Baralha-nos e dá-nos de novo. O Zé Mário e alguma da mais interessante música portuguesa dos últimos 50 anos.

“Um Disco para José Mário Branco”  está já disponível para download e streaming na Apple Music, Spotify, Youtube e restantes plataformas digitais.

Chega às lojas em CD no dia 14 de Junho.

«O FMI situa-se nos antípodas do luso-queixismo que, de certa forma, torna Salazar possível. É a urgência do anarco-punk em registo de violão, é um homem sozinho a recusar o gesto da conformação a qualquer tipo de poder.» — Valério Romão

«(…) Ouvir o Zé Mário Branco, sozinho, a clamar, não contra o FMI, mas contra os “filhos da puta da revolução que vos foda a todos”, deu-me a certeza de que mesmo o grito na imensidão é um acto obrigatório.» — João Grosso

«E a partir de hoje serei eu a contar orgulhoso, repetidas vezes, a história não de quando assisti a Zé Mário, mas de quando o cantei.» — Luca Argel

«(…) A cada modelação sentimos a austeridade do “tiro-liro-liro” e a luta do “tiro-liro-ló” que não quer mais que acabar com a dor de todos, dos que estão “cá em baixo”,

que não a suporta! » — Primeira Dama

«O Zé Mário talvez me tenha ensinado a ser solidário e a perceber que a ilusão faz parte da vida.» — Dinis Lapa (ex-Guta Naki)

«O tema “Inquietação” foi o meu farol e o meu fardo durante grande parte da adolescência, “flores aos milhões entre ruínas”: ainda hoje me pergunto que coisa é essa que é linda?» — JP Simões

«Quando comecei a dar os primeiros concertos com a minha primeira banda, o meu pai ofereceu-me um disco com a recomendação de o escutar e “estudar”. Era o “Mudam-se os Tempos, Mudam–se as Vontades”.» — Ruas

«(…) A grande estima que nutríamos pelo seu trabalho, com o qual partilhávamos a expressividade interpretativa e a postura ética, deixou logo no ar a vontade de um dia colaborarmos criativamente.» — Mão Morta

«No final de contas, o velho maestro revolucionário e preconceituoso que nunca apareceu ainda nos deu uma lição de vida.» — Peste & Sida

«Antes de entender o conteúdo e a importância da sua lírica já a voz do José Mário me soava perfeita. Para mim ele é a “Voz”.» — Ana Deus (Osso Vaidoso)

«O Zé Mário, fez-nos entender que a expressão musical tem uma missão, e a mesma não pode, nem deve, ser vazia.» — Lavoisier

«Para nós, será sempre uma referência pelo seu vernáculo irascível.» — Ermo

«It’s such a strange protest folk song. We loved the bizarre arrangement and the fierce playing, particularly on the vocals, the bass and the tambourine.» — SINGLE

«O José Mário Branco é um compositor sofisticado e um letrista erudito que marcou a nossa vida e enriqueceu a história do século XX português.» — Camané

«Que um dia nos cruzemos fisicamente e me faças sentir que sentiste acção e respeito na medida certa. Sem palavras.» — Batida

“UM DISCO PARA JOSÉ MÁRIO BRANCO”

Alinhamento do disco:

1. Luca Argel – Queixa das Almas Jovens Censuradas (inédito) – vídeo
2. Marfa – Engrenagem (inédito)
3. Osso Vaidoso – Cantiga da Velha Mãe e dos Seus Dois Filhos (Mãe Coragem) (inédito)
4. Batida feat. AF Diaphra – A Cantiga Is The Weapon (inédito)
5. Primeira Dama – Tiro-no-liro (inédito)
6. Guta Naki – Canto dos Torna-Viagem (inédito)
7. Ermo – Eram Mais de Cem (inédito)
8. JP Simões – Inquietação
9. Camané – Fado Penélope
10. Lavoisier – Eu Não Me Entendo
11. The Walkabouts – Hard Winds Blowin’ (Sopram Ventos Adversos)
12. SINGLE – Cantiga Para Pedir Dois Tostões
13. Peste & Sida – Década de Salomé feat. José Mário Branco
14. Ruas – Comboios Parados
15. José Mário Branco e Mão Morta- Loucura
16. João Grosso – FMI (inédito)