42 MIL A ABRIR AS HOSTES

Tributo ao “Black Album” é cabeça de cartaz

Metallica

Cerca de 42 mil pessoas rumaram à cidade do rock na Bela Vista, em Lisboa, no primeiro dia desta 5ª edição do Rock In Rio – Lisboa.

Maioritariamente trajados de negro, cedo começaram a rumar à cidade do rock os fans do metal, não fosse este o prato do dia na abertura da 5ª edição do Rock In Rio Lisboa.

Entre o Palco Sunset e o Palco Mundo, muito boas razões para ouvir e sentir a força ainda bem presente deste género músical. A tarde começou com Mão Morte e os aveirenses Ramp no Palco Sunset, cenário que fecharia em grande com os tão aclamados Kreator. Um excelente e enérgico espectáculo da banda germânica, muito elogiado por alguns fâs presentes, talvez reclamando e com justiça um lugar no Palco Mundo.

Por sua vez, no centro das atenções, o Palco Mundo abriu com mais uma visita dos Sepultura a Portugal, desta feita acompanhados pelos franceses Tambours du Bronx, um grupo de percussão que visava dar mais poder aos grandes clássicos da carreira da banda inicialmente criada por Max Cavalera, e hoje liderada por Derrick Green. Uma junção que ficou um pouco aquém da expectativa criada, mas nunca é demais para um início de tarde ouvir e exultar com os seus marcos de carreira, de “Roots” a Chaos A.D.”

Seguiram-se Mastodon e Evanescence. Os primeiros, ainda enquadrados no cartaz, trouxeram à cidade os seus bem pesados 5 álbuns de originais, apresentados com uma forte personalidade em palco, mesmo não tendo o reportório mais comum entre os presentes na vasta plateia.

Evanescence

Os Evanescence trouxeram disco novo a Portugal, e fazem sempre as delícias de fâs mais próximos da banda, e seguidores deste metal ou rock mais melódico, com influências góticas que transbordam pela voz superior de Amy Lee. Foi dando para aquecer, enquanto não chegava a hora dos verdadeiros… apresentou-se o novo disco, homónimo, e fechou-se uma actuação com o hit single “Bring Me to LiFe”.

Depois sim, finalmente… Mais uma vez em Portugal, desta feita com uma tournée que serve de tributo ao “Black Album”, 20 anos depois da sua edição nas bancas. Eis os Metallica, com mais uma actuação na cidade do rock, e a confirmar mais uma vez a velha máxima de que” velhos são os trapos”. A presença em palco e musicalmente continua forte, talvez mesmo cada vez mais conseguida, madura, profissional… os reis do Metal estão aí para durar e para nos deslumbrar com tours mundiais, ao jeito dos Stones, com uma bagagem rica em discos que são ícones ou marcos históricos deste género mais pesado, e do crescimento do Metal a nível mundial.

“Hit the Lights” e “Master of Puppets” abriram um belo serão de 2 horas, passando então pelas 10 faixas que compõem na íntegra o disco em tributo – “Nothing Else Matters”, “My Friend of Misery”, “The Unforgiven”, “Sad But True”, “Wherever I May Roam” – é dificil escolher uma, sendo que o maior enfâse e toda a pirotecnia estava guardada para “Enter Sandman”.

A fechar, “Fight Fire With Fire”, cenário de guerra logo montado para “One”, e claro, há coisas que nunca mudam, e os metaleiros disseram adeus a James Hetfield e companhia ao som de “Seek and Destroy”.

Cerca de 10 concertos em Portugal e continua a valer a pena. Quem esteve pela Bela Vista, ou quem viu em casa, certamente concordará.

Autor: Pedro Vieira