AIR – POCKET SYMPHONY

A mítica banda de referência francesa Air regressa com um álbum de presença Zen e revisitação de um estilo passado.

Pocket Symphony é um álbum que de certa forma surpreende no contexto. Dos Air, esperávamos, talvez, alguma audácia, especialmente depois de Talkie Walkie e temas muito bem conseguidos. Ao invés, num volte face desconcertante, eles optam por revisitar o passado. O estilo é claramente recorrente ao velhinho Moon Safari, com o empréstimo de algumas referências clássicas. Debussy e Reich ecoam no álbum de forma astuta, ao mesmo tempo que somos levados numa fusão oriental a observar Bonsais.

O álbum tem ainda a colaboração de alguns nomes pouco sonantes, mas curiosos, a emprestarem vozes a algumas das canções. Exemplos de Jarvis Cocker ou Neil Hannon.

O fio condutor, de certa maneira, existe e uma melancolia radiofónica invernal acompanha-nos o tempo todo. É pouco credível que alguma canção expluda, mas mesmo assim, “Once Upon a Time”, o single de apresentação, realça-se com um piano bastante crispado e insistente fazendo-nos pensar que poderá ser a canção com sinal mais da obra. A segunda estará reservada para o final: o tema “Night Sight”, a última faixa, é uma melodia minimalista puramente instrumental, uma autêntica canção de embalar e uma obra-prima para nos transportar para um mundo distante.

Qualquer fan da banda não ficará desapontado, todavia, novos ouvintes, encontrarão melhor em álbuns já passados.

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Autor: Tiago Videira