Amine

Na sequela do movimento Raï que Cheb Mami, graças ao seu dueto com Sting (Desert Rose) trouxe para a ribalta, Amine surge em 2005 com um fresco disco de Raï’n’B. Misturando as influências da música profana magrebina com o hip hop francês e o Pop, Amine tem a ligeireza e a voz de um Michael Jackson.

Um timbre cristalino e agudo ondula em primeiro plano secundado muitas vezes por coros sussurrados ou simplesmente falados. A componente da batida zouk está muitas vezes presente (tão parecida depois com a sua descendente lusa – a kizomba), neste disco claramente comercial étnico.

Assim temos as tais faixas dançáveis como “Ma Vie”, “Finiki”, “Si j’avais su que…”, “Femmes”, “6eme Sens”, “Kindir” que nos emprestam o tom das escalas árabes e andaluzas, instrumentos étnicos e a temática do amor sempre presente.

Tal como temos as sofisticadas faixas com ar tecno e moderno como “J’voulais”, “My girl”, “Win”, “Had Lila” ou “Le Chemin” onde Amine claramente se imiscui num estilo bem à Michael Jackson, muito ousado e electrónico.

A pérola do disco está contudo, num mix com a sua parceira Leslie, numa faixa muito bem conhecida: “Sobri”. Nela, ambos os elementos se misturam e Leslie canta o tom moderno e europeu enquanto Amine é o elemento de fusão com África a terminar numa deliciosa escala ascendente magrebina até se desvanecer num agudo delicioso.

Um disco a explorar pelos mais inquietos de saber mais do mundo.

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Autor: Tiago Videira