CRADLE OF FILTH – “THORNOGRAPHY”

Há muito que os Cradle of Filth optaram por uma abordagem mais directa e pragmática ao seu Black Metal de contornos góticos. O uso (e abuso) de teclados deu lugar ao peso dos guitarras e desde “Damnation And a Day” de 2003, que o conjunto britânico afastou o rótulo de Black Metal melódico em prol de uma abordagem mais directa e acessível. Não que o som dos Cradle of Filth se tenha tornado soft ou mainstream, mas em relação aos primeiros álbuns da banda as diferenças são mais do que muitas. A começar pela voz de Dani Filth, que aqui opta por uma prestação bem mais grave do que de costume e por ocasionalmente introduzir voz limpa, mas não deixa totalmente de fora os guinchos que o tornaram famoso no inicio de carreira. Como foi dito, também os teclados já não assombram a música, ao invés servem apenas para adornar as estruturas musicais sem exageros. Um ponto positivo.

Em “Tonight in Flames” e “Foetus of a New Day Kicking” as melodias relembram Iron Maiden e adquirem uma dimensão melódica de sucesso quando combinada com o som de marca dos Cradle. Mais um ponto positivo. A participação de Ville Vallo, no interessante “The Byronic Man” e a versão “Temptation” também são eficazes, e as excelentes “Dirge Inferno”, “Cemetary And Sundown” e “Under Huntress Moon” são músicas que dificilmente não incluirão o set list para concertos. Interessante está também “Rise of The Pentagram”, um instrumental de sete minutos que introduz um novo estilo de composição semelhantemente tentado apenas na introdução de “Vempire”, “Ebony Dressed for Sunset”.

De apontar a exímia produção de Rob Caggiano e misturas de Andy Sneap e o excelente trabalho gráfico, como é hábito. Concluíndo, os Cradle of Filth de hoje são substancialmente diferentes da banda que gravou o clássico “The Principal of Evil Made Flesh”, mas mantém-se inalterada a sua forte personalidade tão única e díspar no universo metaleiro.

www.cradleofilth.com

20 NOVEMBRO: CRADLE OF FILTH – PARADISE GARAGE
21 NOVEMBRO: CRADLE OF FILTH – HARD CLUB V.N. GAIA

Autor: Paulo Figueiredo