ABERTURA FESTIVAL ENTRE QUINTAS RIBATEJO’21

A 2ª edição do Festival Entre Quintas, iniciativa solidária de apoio à Cultura nacional, realizou-se no dia 2 de julho, nos jardins históricos da Quinta do Casal Branco, Almeirim, evento que contou com a presença de diversas individualidades institucionais, figuras públicas e público que, de acordo com as medidas decorrentes da resolução do Conselho de Ministros de 1 de julho, se deslocou para apoiar esta causa que, na sua primeira noite, angariou cerca de €23,000 (total bilheteira e patrocínios), valor que reverte para a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.
Sob direção do maestro Nikolay Lalov, foram interpretadas as suites ‘Música para os Reais Fogos de Artifício’ e a segunda suite de ‘Música Aquática’, duas das mais emblemáticas obras do compositor alemão G. Fr. Händel.
Na presença da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, as equipas de enologia da Quinta do Casal Branco e da Casa Cadaval precederam o espetáculo musical com a apresentação do vinho ‘Festival Entre Quintas Branco 2020’, uma coprodução comemorativa de edição limitada e numerada de 400 garrafas, exclusivamente engarrafadas em unidades magnum.
Entre as presenças institucionais, estiveram também: Presidente da Câmara Municipal de Almeirim, Pedro Ribeiro; Presidente da Câmara Municipal de Santarém; Ricardo Gonçalves; Presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão; Presidente da CVR Tejo, Luís de Castro; VicePresidente do IVV, Albano Homem de Melo; Presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa; Presidente da Cork Supply Group, Jochen Michalski e o Chairman da Jaguar-Automóveis, Paulo Pimenta.
Como anunciado, na Sala da Caldeira (junto à adega da Quinta do Casal Branco) foi, ainda, inaugurada a exposição ‘Encontro & Memória’ do artista plástico João Cruz Rosa, patente até 18 de julho neste espaço e, também, na Adega e jardins da Casa Cadaval. Um conjunto de obras que “refletem um primeiro momento da vontade de integrar propósitos do seu passado pictórico, acréscimo de vocabulário expressivo, confluência de entendimentos e visões”, explica.
Nas palavras da presidente do Conselho de Administração da Casa Cadaval, Teresa Schönborn, Condessa de Schönborn-Wiesentheid, “a simbiose da música e do vinho é como a natureza ribatejana, com notas que encantam a alma e elevam os sentidos”.
O CEO da Quinta do Casal Branco, José Lobo de Vasconcelos, realça que este projeto pretende “envolver todos os participantes pela música, num local único e rodeado pelo melhor que o Ribatejo tem para oferecer”.

Sobre o Festival Entre Quintas

Falar deste festival é fazer memória de duas quintas, com história secular, que assumem a realização de uma experiência de diálogo entre a música, a arte e a enologia, com eventos que proporcionarão a todos a possibilidade de aliar o prazer musical com a experiência vitícola, emoldurados pela elegância e beleza dos espaços envolventes. ‘Entre Quintas’ apresenta concertos e recitais entre os dias 2 e 11 de Julho, em diferentes espaços destas propriedades, usufruindo de cenários naturais que unem estas facetas da arte portuguesa de bem receber, enaltecida pela música. Dois fins-de-semana passados em harmonia, entre a arte e a natureza, que tornam a Quinta do Casal Branco e a Casa Cadaval, locais de atração turística e cultural.
Localizadas a cerca de 50 minutos de Lisboa, as duas quintas prometem oferecer programas inesquecíveis, com música de diferentes géneros, abrangendo diferentes faixas etárias e gostos.
Esta experiência de diálogo entre a música e a arte vitícola visa, também, homenagear as figuras emblemáticas de Olga Cadaval e Maria Lívia Braamcamp Sobral, senhoras de grande cultura e sensibilidade artística que deram renome às propriedades que administraram, Casa Cadaval e Quinta do Casal Branco, respectivamente.

‘O Festival Entre Quintas’ tem a parceria da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO) e do seu diretor artístico, o maestro búlgaro Nikolay Lalov.
O programa pode ser encontrado aqui e os bilhetes para os concertos podem ser adquiridos via Tickeline , bem como nos seus pontos físicos (Fnac, Worten e agência ABEP).
Este conjunto de eventos culturais conta com vários patrocínios institucionais e particulares, entre os quais se destacam: Fundação Millennium BCP, Cork Supply, Câmara Municipal de Almeirim e Borrego Leonor & Irmãos. As receitas revertem inteiramente para a OCCO, como forma de apoio à Cultura nacional.

Acerca da Quinta do Casal Branco

Fundada em 1775, a propriedade que, durante quatro séculos, foi coutada real, espraia-se hoje por 1.100 hectares. Desses, 119 são ocupados por vinha em solos de charneca argilo-arenosos.
A propriedade da família Braamcamp Sobral Lobo de Vasconcelos é uma das mais emblemáticas da margem sul do Tejo. A primeira adega da Quinta do Casal Branco data de 1817, sendo a primeira a vapor da região de Almeirim. O início do séc. XX ficou marcado por uma profunda intervenção levada a cabo por D. Manuel Braamcamp Sobral em toda a propriedade, com a introdução de maquinaria a vapor, plantio de novas castas, modernização e ampliação da adega, bem como das restantes infraestruturas.
A forte aposta na viticultura e na produção vinícola deu início a uma tradição marcada pela inovação, qualidade e consistência dos vinhos, produzidos até aos nossos dias. A Quinta do Casal Branco é um lugar privilegiado para desfrutar de múltiplas experiências de enoturismo, gastronomia e cultura equestre, sendo parte integrante da rota de vinhos do Tejo e dos Jardins Históricos de Portugal.

Acerca da Casa Cadaval

O Palácio da herdade de Muge tem uma história secular, que remonta a vários anos antes de pertencer à família Cadaval. Em tempos terá sido habitado pela Rainha D. Leonor de Áustria (terceira mulher de Rei Manuel I, irmã do Imperador D. Carlos V e mãe da Infanta Dona Maria), que aqui viveu até 1530, altura em que se casou com o Rei de França, Francisco I. Só mais tarde, no início do séc. XVII, é que a propriedade, então pertença da família dos Condes de Odemira, passou a estar sob o domínio da Casa Cadaval, quando a filha, Dona Maria de Faro, Condessa de Odemira, se casou com D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 5º Conde de Tentúgal, 4º Marquês de Ferreira e o 1º Duque de Cadaval. A Casa Cadaval tem, atualmente, uma propriedade que compreende cerca de 5400 hectares e é gerida, há 5 gerações consecutivas, por mulheres, sendo hoje Teresa Schönborn, Condessa de Schönborn Wiesentheid, a presidente do Conselho de Administração da Casa Cadaval.

Acerca da OCCO

A Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (OCCO) é uma formação apoiada pelas Câmaras Municipais de Cascais e de Oeiras e pela Direção Geral das Artes/ Ministério da Cultura.
Considerada por muitos uma das melhores formações deste género em Portugal, a OCCO é, atualmente, um elemento fundamental da vida cultural dos concelhos de Cascais e Oeiras.
Com mais de 120 espetáculos por ano, divididos entre concertos sinfónicos, recitais de música de câmara, concertos didáticos e animações, a OCCO desenvolve uma atividade periódica nos dois concelhos, tendo também vindo a atuar por todo o país e realizado várias apresentações no estrangeiro.
Em 2008, a OCCO criou o primeiro Conservatório Oficial de Música no concelho de Cascais, ligando desta forma a sua atividade artística ao ensino da música. Atualmente, o Conservatório de Música de Cascais conta com mais de 320 alunos inscritos e tem acordos de articulação com três escolas oficiais do concelho de Cascais.
Na área educativa, a OCCO desenvolveu vários projetos e iniciativas que tiveram um forte impacto junto do público. São disso exemplos a 1.ª ópera infantil “Um Sonho Mágico”, estreada em 2000 no CCB, com diversas apresentações em vários pontos do país, e o projeto “ABC da Música”, nos concelhos de Cascais e Oeiras, com o objetivo de familiarizar o público infantil com a música erudita e os instrumentos musicais, através de pequenos concertos comentados.

Acerca de João Cruz Rosa

Como conciliar a criação individual de um pintor com os inevitáveis momentos de exposição?
Serão estes um modo de forçar o sentido ou mesmo de subordinar o significado associado à intencionalidade que determina cada quadro? No cenário da antiga Sala da Caldeira ou do Alambique (Casal Branco) ou à porta de uma gigantesca adega (Casa Cadaval), contrasta o branco das telas, dos acrílicos e dos guaches. Não, não é o branco dos “brancos ossos” de Sophia que para aqui é chamado. Esse servia de grito, na defesa da memória de um império tão
impossível quanto era o que tinha em Goa a sua Roma. Falo do branco, esquálido, que vive apenas de alguns contornos com cores esbatidas ou que ressalta, na comparação com as linhas geométricas enchidas de preto. É dessa necessidade de despojamento, em face de tantas memórias associadas à materialidade das caldeiras, prensas e pipas, que escrevo. Objectos e espaços carregados de significados que se constituem eles próprios em estafadas memórias de trabalhos agrícolas, nem sempre bem sucedidos, onde pesam suores e lágrimas de muitas gerações. Mas nem tudo é tristeza, pois também foram muitas as alegrias e as viagens feitas graças aos novos vinhos e aguardentes. É por isso que a história que aqui vai narrada acerca dos quadros de João Cruz Rosa, no Festival Entre Quintas, não tem fim. Pois, se o branco esquálido nos ajuda a viajar para fora e a empreender um trabalho de despojamento, face às camadas de significados dos espaços, agora, habitados pelas suas pinturas, que não se esqueça: também estes espaços que nunca viajaram, para fora, permitiram outras andanças e foram fábricas de outros sonhos. (Texto de Diogo Ramada Curto).

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