Aldina Duarte
Fado na Culturgest
17 de novembro de 2006 21h30 · Grande Auditório
«Eu quero a alegria profunda que nos ampara para a frente ou para trás conforme o que houver por fazer ou refazer.
Em pequena sonhei com uma casa grande e, depois de crescida, encontrei a casa à minha medida, quando sozinha e, noutras alturas, na companhia dos poucos que muito amo.
A repetição de tudo o que é intrinsecamente verdadeiro torna-se sabedoria e, por isso, amor maior… quero repetir-me em liberdade e convicção; quero a repetição dos silêncios alheios que me cabem cantar, porque é essa a minha função; quero repetir todas as palavras, a música das palavras é o seu sentido quando enviadas e recebidas por alguém; quero um tempo onde a leitura e o pão vivem na mesma casa, as crianças dançam e os amigos se encontram para descobrir músicas e onde, sem preconceitos, todos se juntam na construção dum mundo mais digno para qualquer forma de vida, fazendo e aprendendo o que for necessário.
Volto à Culturgest convidada de Miguel Lobo Antunes, volto a estar numa encenação do Jorge Silva Melo, volto a cantar originais nunca gravados do João Monge, volto a estar com o José Manuel Neto e com o Carlos Manuel Proença, volto a cantar só músicas de fados tradicionais com letras criadas para e por mim… e o que está para acontecer e não sei ainda!
Regresso ao amor e à esperança necessárias e ao prazer possível neste mundo estranhamente cruel em que estamos a viver. Volto para quem me espera, porque as coisas verdadeiras são para toda a vida e não precisam de justificações!»
aldina duarte
Autor: Paulo Cardoso Ribeiro