ATLANTIHDA

Álbum de estreia a 28 de Março de 2011

A história dos Atlantihda é contada por seis músicos e uma fadista. Oriundos dos mais distintos géneros musicais, os Atlantihda viajaram pelo mundo da música nacional e internacional

A história dos Atlantihda é contada por seis músicos e uma fadista. Oriundos dos mais distintos géneros musicais, os Atlantihda viajaram pelo mundo da música nacional e internacional, absorvendo várias influências para se encontrarem num projecto que acabaria por ligar a música de raiz tradicional e rural, com aquela que é a nossa música popular urbana: O Fado.

(…) João Campos descobre a sua vocação no Rock e nos Blues quando, mais tarde, vem a descobrir outros instrumentistas e compositores, desde Mark Knofler a Paco de Lucia, ou ainda John Williams a Roland Dyens. Por sua vez, Miguel Teixeira, passou pelo Heavy Metal para mais tarde se debruçar numa vasta escolha de preferências musicais que vão de Carlos Paredes, a Pat Metheny ou Rabih Abou Khalil. Fátima Santos tocava acordeão nos Ranchos Folclóricos da sua aldeia na região de Oliveira do Hospital e com o crescimento como instrumentista acabou por se apaixonar por outros géneros relacionados como as músicas de Ástor Piazzolla, Richard Galliano e Maximilliano Pitoco. Mélanie nasceu em Paris e aos dez anos foi viver para Viana do Castelo, cidade atlântica mais “nortenha” de Portugal onde a música tradicional tem um grande relevo. Aí frequentou tertúlias bem como romarias e, como violoncelista, ingressou muito nova orquestras clássicas absorvendo referências de grandes instrumentistas e compositores como Bach, Rostropovitch, Yo-Yo Ma e Truls Mørk. José Flávio Martins, autor das letras e músico autodidacta, sempre se dedicou à música tradicional. As suas influências misturam-se, tal como os outros elementos da banda, entre grandes ícones internacionais que vão desde os Chieftains a Dead can Dance. Por sua vez, Gisela João é desde sempre e incondicionalmente uma “Fadista”. Nasceu em Barcelos e aos vinte anos foi viver para o Porto, onde iniciou o seu percurso nas casas de fado da “Cidade Invicta” para posteriormente se mudar para Lisboa. A sua escolha musical fora do fado vai desde Ella Fitzgerald a Matthew Herbert ou Sérgio Godinho mas na realidade, é com as vozes de Amália, Lucília do Carmo e Camané, entre outros, com que mais se identifica.

Frederico Pereira, produtor musical, depois de passar pelo conservatório, foi para Londres concluir os seus estudos na área da composição, engenharia de som e produção. Entre as suas preferências, destacam-se alguns compositores como Steve Reich, Philip Glass ou o universo mais eclético de Brian Eno. Depois do contacto com várias culturas tradicionais e contemporâneas de todo o mundo, sentiu uma enorme necessidade de regressar a Portugal e foi feliz no seu regresso, no momento em que encontrou uma série de músicos que tal como ele acreditavam na possibilidade de unir a sensibilidade musical e destreza técnica à autenticidade da música tradicional portuguesa.
Um caminho possível seria reinventar a tradição, pegando em algumas vozes e instrumentos do universo pop, atraindo a guitarra portuguesa para a definir como “Novo Fado”. Em vez disso, os Atlantihda reencontram as raízes da cultura de um povo com história, absorvendo o que de mais genuíno está contido na alma deste projecto. Também aqui se encontram a guitarra braguesa, os adufes, as formas, as melodias e os ritmos que todos vieram a adquirir nas suas “Viagens”, mas numa atitude consciente de que se pode fazer música de raiz popular (escrita ou não), usando uma linguagem contemporânea que parte das vivências de músicos dos nossos dias.

Acima de tudo, o conceito da banda assenta na música tradicional de raiz portuguesa, onde o fado ganha alguma curiosidade e entra neste “território” para se reencontrar e possivelmente, conhecer mais um capítulo da história das suas origens, criando assim “Uma canção genuinamente portuguesa”…

Autor: Marisa Dias Antunes