BECK – THE INFORMATION

Suspenso no tempo, nas melodias, nos contrastes, na estética, assim é a ideia que passa do novo álbum de Beck.

The Information é uma ideia que já andava a ser concebida há algum tempo. Aliás, o álbum começou mesmo a ser feito antes do anterior “Guero”, no entanto, foi deixada em suspenso, como não podia deixar de ser.

É que suspenso é a palavra que melhor me ocorre para descrever este álbum: uma série de melodias (mais harmonias, ou até mesmo desarmonias) que não se encontram umas com as outras ficando todas a pairar no vazio sem um verdadeiro fio condutor. Uma série de meios sem princípios nem fins. As histórias sucedem-se ora com beats um pouco dançáveis, ora com canções de cantautor (como “Movie Theme”) calminhas por entre sintetizadores etéreos. O que não será de todo de estranhar já que o produtor é o mesmo de Kid A, dos Radiohead. Por aí logo se vê que a linha do experimentalismo neo-contemporâneo-estético se avizinha.

Do povo, diz-se que poderá não ficar deslumbrado com este álbum, nem se espera tal. É daquelas coisas que seria pedir muito, nem isso se pretende. Que fique numa imagem flutante já que não há propriamente uma estética intrínseca na capa. Cada um desenhe a sua (outra pseudo-originalidade do irreverente moço). De qualquer maneira, sem dar uma aprovação ou uma desaprovação, apenas fica em suspenso: uma oportunidade, se não gostarem, há mais por aí.

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Autor: Tiago Videira