BJÖRK

VOLTA

O Primeiro disco techno-voodoo da história aí está no mercado. É a islandesa Björk de regresso para nos assombrar.

A inovação e a originalidade sempre foram atributos desta compositora e intérprete que não cessa de nos surpreender. Desta vez, resolveu misturar as suas já conhecidas influências muito pouco tonais e expressionistas da voz, com ritmos étnicos africanos e orientais ao longo do álbum. Earth intruders, co-produzida por Timbaland é um dos melhores exemplos de fusão entre a tal música étnica e batidas tribais com o techno e com uma voz pouco melodiosa. É a primeira clara referência a esse novo apregoado estilo, o techno-voodoo.

O disco segue-se com uma melodia iniciada por sirenes de navios, passa pela eteriedade da voz de Antony Hegarty (com quem Björk emparelha em dose dupla neste álbum), e deixa-nos cair em canções nostálgicas e minimalistas como Vertebrae by Vertebrae, ou um zen oriental acompanhado por Min Xiao-Fen em I see who you are.

A acalmia é só uma ilusão. Depressa há-de regressar em força o tribalismo e desta vez carregado de activismo político: Declare independence é um hino à irreverência desta artista que aqui se mostra completamente inconformada com as situações de injustiça do mundo. Liberdade urge, seja para quem for. Uma faixa marcante e, sem dúvida, a que se destaca do álbum e de tudo o que Björk já fez até hoje. A fechar, o segundo take com Antony dos Johnsons, My Juvenile, para nos trazer de volta uma paz merecida.

Um álbum de difícil digestão e aconselhado apenas a apreciadores de música contemporânea ou aos fans tradicionais da Björk, devido à sua extrema dissonância e complexidade rítmica, emergente das influências expressionistas da segunda escola de Viena misturadas nas tecnologias do hoje. Se ainda não conhecer nada dela, é melhor começar por outro lado, não vá assustar-se de vez.

http://musicologo.blogspot.com

Autor: Tiago Videira
Data: 16/05/07