BURAKA SOM SISTEMA
FROM BURAKA TO THE WORLD
O que se obtém cruzando os melhores efeitos de uma pista de dança moderna com os ritmos africanos originários das urbes? Adivinharam: Buraka Som Sistema.
O Kuduro, a kizomba são já epifenómenos com alguma raiz no nosso país, especialmente nos subúrbios de Lisboa, espalhados pela comunidade afro aos nossos jovens. É um som global que invadiu e transgrediu o sistema proporcionando um enriquecimento etnomusicológico na cultura popular.
Os Buraka Som Sistema foram mais além: fundiram. Pegaram nestas raízes, já de si, adulteradas pelos subúrbios e pela noite alternativa e misturaram os melhores sons de pista de dança com intuição, genica e garra. O que houver a aproveitar aproveita-se. E assim cedemos a um novo culto, um K-dance falado em português a bombar pelos cantos do mundo. Literalmente, porque desde os países nórdicos, aos Estados Unidos, este som é para se espalhar.
Ao contrário de certos fenómenos de apreciação estética discutível como o funk Brasileiro (essencialmente devido à intenção artística e à concepção da gramática intrínseca do fenómeno), os Buraka Som Sistema, aparecem com conhecimento de causa, rotas bem delineadas e uma consciência plena do que querem fazer e o que pretendem expressar e atingir. E isso, neste caso, faz toda a diferença.
Assim, melodias simples, batidas muito ritmadas e poderosas para nos ajudar nas noites quentes estivais. “Yah!” ou “Wawaba”, duas das faixas que apresentam a Patty são, talvez, as mais populares e notórias, no entanto, em minha opinião a pérola do disco é mesmo “Sem Makas”, psicadélico quanto baste para servir de banda sonora a uma boa viagem de carro nocturna por estradas sinuosas e escuras. Com volume bem alto.
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Autor: Tiago Videira