CELTIC FROST
MONOTHEIST
Nota Inside: 14/20
16 anos separam os Celtic Frost dos lançamentos de originais. “Vanity/Nemesis” lançado em 1990 foi o culminar de um das mais importantes bandas de Metal dos anos 80.
Para se ter uma ideia, os Celtic Frost são um dos principais responsáveis pela catarse de géneros como o Death e Black-Metal. Sem estes, bandas como os Immortal, Cradle of Filth, Mayhem, Darkthrone ou Dimmu Borgir nunca teriam aparecido. Entre os clássicos do grupo suíço, “Morbid Tales” (1984), “To Mega Therion” (1985) e “Into The Pandemonium” (1987) representam obras obrigatórias numa qualquer discografia de um bom apreciador de Heavy-Metal. Mas como todas as grandes bandas, os Celtic Frost também tiveram o seu momento desinspirado. “Cold Lake” de 1988, fez dissipar os fãs ao ponto da banda desaparecer logo após o segundo flop: o já citado “Vanity/Nemesis”. “Monotheist” estava então rodeado de uma enorme espectativa. O que ressalta de imediato é a sonoridade. Lenta, estranha, cheia de exacerbado experimentalismo, embora bem interessante. “Progeny” é uma faixa bem catchy de sentido melódico que perde um pouco ao alongar-se em demasia na sua duração. A partir de “Ground” uma faceta quase Doom aparece e prolonga-se pelas próximas faixas. “Dying God Coming into Human Flesh” e “Drown in Ashes” parecem saídos de um álbum dos Mourning Beloveth, algo atípico num álbum de Celtic Frost. A voz de Tom G. Warrior, continua bem conservada e modernizada. Suspeitamos que o projecto Apollyon Sun terá feito bem ao lendário vocalista. Durante o restante disco, os Celtic Frost aprofundam considerávelmente a costela experimental e melancólica, sem relegar para segundo plano o peso das guitarras que relembram o longínquo “To Mega Therion”. “Monotheist” é uma boa supresa para quem pensava que o Celtic Frost apenas se limitariam a capitalizar o sucesso de outrora, mas falha por não ser a obra prima que todos desejariam.
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Autor: Paulo Figueiredo