Dulce Pontes “Nevoeiro”

Primeiro single do álbum “Peregrinação”

Dulce Pontes compositora volta a musicar um poema de Fernando Pessoa como fez em 1996 com “O Infante”. Precisamente do livro “Mensagem”, publicado em 1934, extrai “Nevoeiro” poema universal, numa composição com um forte ritmo sincopado onde se unem em crescendo piano, concertina, trio de saxofones e percussão. A voz de Dulce Pontes é mais “dura” do que o habitual para esta inspirada composição que culmina epicamente com o verso “É a hora”.
Álbum Peregrinação
Tema:“Nevoeiro”
(Fernando Pessoa/Dulce Pontes)
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer…
Brilho sem luz e sem arder
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro… É a hora!
Arranjo: Dulce Pontes
Percussão: Amadeu Magalhães/ Dulce Pontes
Saxofones: Hubert Jan Hubeek
Concertina: Amadeu Magalhães
Piano: Dulce Pontes