ENTREVISTA COM GORGOROTH

ENTREVISTA COM GORGOROTHPara os fãs de JRR Tolkien, Gorgoroth é um nome bem conhecido. Retirado em 1992, (ano em que foram fundados os Gorgoroth) da famosa obra literária pelo colectivo norueguês, é o nome dado às terras de Mordor que circundavam a Torre de Sauron para lá do Portão Negro. Tornados num dos nomes de culto do Black Metal nórdico, o grupo liderado por Gaahl, King e Infernus regressa agora às lides ajudado pelo reconhecido baterista dos Satyricon, Frost.”Ad Majorem Sathanas Gloriam”, é o nome da mais recente proposta dos Gorgoroth que regressam em força após uma período atribulado em que o líder da banda, Gaahl esteve preso e em que a banda foi alvo de variadas perseguições resultado da polémica actuação para a televisão polaca em que simulavam ao vivo rituais satânicos. Infernus, o guitarrista, falou ao Inside acerca do percurso dos Gorgoroth nos últimos meses.

Inside: Na minha opinião “Ad Majorem Sathanas Gloriam” é provavelmente o vosso melhor disco de sempre. Tem igualmente sido recebido de forma entusiasta pela imprensa e pelos fãs. Como vê a banda este novo álbum?

Infernus: Obrigado! A recepção deste álbum tem sido esmagadora e pelo que tenho ouvido tem sido, como disseste, bem recebido pela crítica. Nós até alcançámos a tabela de vendas nacional aqui na Noruega na 22ª posição. Quer sejamos nós ou o mundo, parece haver qualquer coisa de diferente agora em redor da banda, embora isto sejam apenas especulações, eu acredito que não fomos nós que mudámos, definitivamente. Sentimo-nos bastante contentes com o resultado final deste álbum. Resta saber se resistirá ao teste do tempo. É esperar para ver.

Inside: Qual é o significado da capa do disco?

Infernus: (Risos) Eu gostaria de deixar o significado da capa à interpretação de cada um.

Inside: Que influência os recentes acontecimentos em redor da banda (Gaahl esteve preso várias vezes e a controvérsia com a performance ao vivo para a televisão polaca), tiveram na composição de “Ad Majorem Sathanas Gloriam”?

Infernus: Quando tantos problemas como os que atingiram a banda recentemente acontecem, isto afecta a banda de várias formas. Quer seja nas nossas vidas privadas, quer no seio da banda, quer nos produtos em que nós estejamos a trabalhar na altura. No entanto, nós conseguimos manter-nos focados e abordar tudo isto de forma pragmática. Tentamos fazer essencialmente uma boa gestão de tempo, entrando em estúdio utilizando vários locais e períodos em que todos estejamos acessíveis e sem compromissos judiciais e afins…

Inside: São os Gorgoroth a última banda a tocar verdadeiro black metal norueguês como manda a tradição? Que outras bandas consideram fiéis aos velhos tempos dos black metal da Noruega?

Infernus: Nós não nos preocupamos muito com o que as outras bandas fazem ou deixam de fazer. Assumo que musicalmente tenho uma mentalidade bastante fechada e não sei muito acerca do que se passa de novo na cena e também não sigo os media com grande atenção, por isso não sei muito bem o que as outras bandas do género estão a fazer agora.

Inside: Porque é que as letras das músicas nunca apareceram nos vossos lançamentos?

Infernus: Inicialmente nós decidimos por retirar grande parte da informação adicional que costuma aparecer na maior parte dos discos, optando por uma abordagem minimalista. Isto tornou-se para nós como que uma tradição. Esta é a explicação mais simples e que normalmente costumamos usar. A outra é que não queremos uma data de seguidores ou clones a fazer versões dos Gorgoroth, aliás isto é algo que me irrita especialmente nos dias de hoje! (risos)

Inside: “Twilight of The Idols” foi lançado pela Nuclear Blast. Agora aparecem pela Regain Records. O que motivou a mudança?

Infernus: As motivações foram várias, no fim, ambos Gorgoroth e Nuclear Blast, como eu vejo, ficaram fartos. O que interessa agora é que como disseste, estamos numa nova editora, a Regain, e estamos até agora bastante satisfeitos com a parceria. Isto é mais importante do que todos os “comos” ou “porquês”.

Inside: Estiveram em Portugal recentemente com os 1349. Que memórias guardam desse concerto? Existem planos para regressar?

Infernus: Nós estivemos aí durante uma digressão, sim. E pelo que me lembro não ficámos muito contentes com os promotores locais por razões que agora não interessa.No entanto, planeamos voltar a Portugal no final do próximo ano.

Autor: Paulo Figueiredo