Festival Sol da Caparica ao rubro
Com 50.000 festivaleiros!!
Com casa cheia no terceiro dia e com os bilhetes completamente esgotados.
Assim se dá início e segundo informações de última hora ao primeiro de muitos festivais na Caparica.
O primeiro Festival Chega ao fim com um enorme sucesso e com a câmara municipal de Almada a confirmar um novo festival no próximo ano.
Foram quatro dias de pura animação, dois palcos com mais de trinta projectos musicais.
No primeiro dia tivemos: Peste & Sida, Gabriel O Pensador, os Dead Combo, GNR, João Pedro Pais, o kuduro dos Buraka Som Sistema e de DJ Branko, o electro-pop-punk de D’Alva, o “Casulo” de Márcia, as canções de Samuel Úria e o Capitão Fausto.
No segundo dia : Diabo na Cruz com a “Vida de Estrada”, os Deolinda, os 5-30 mostram que “Chegou a hora”, os Expensive Soul tocaram em modo “Sonhador”, Pedro Abrunhosa entra em “Contramão”, Diego Miranda faz dançar, Orlando Santos toca “slide guitar”, Freddy Locks dá reggae, Macadame fazem tradição, Júlio Pereira com o seu cavaquinho e a Kumpania Algazarra chama para a festa.
No terceiro dia: O cabo-verdiano de Ceuzany, as formas de expressão cruzadas por António Zambujo, as “Seasons” de David Fonseca, o R & B de Anselmo Ralph, as canções de Aline Frazão, o “flow” de Capicua, o funk/hip-hop/soul de Sensi, o blues-folk de Frankie Chavez, as melodias de Rita Redshoes e as selecções de D’Jay Rich e António Mendes compõem a ementa.
Quarto dia: todo reservado aos festivaleiros mais pequenos. Entram em cena o Avô Cantigas, o Teatro do Elefante e o Palhaço Companhia, bem como os espectáculos “As Canções de Maria” e “As Aventuras da Banda do João Ratão”.
Os Buraka Som Sistema , que encerraram a primeira noite o primeiro dia do festival, são sem duvida um caso sério ao vivo. Num ambiente festa, Blaya, Kalaf e Conductor não deram um momento de descanso aos milhares de jovens que encheram à meia-noite o palco principal do recinto. Actuação magnifica ao longo de aproximadamente duas horas, onde não podiam faltar os êxitos como ‘Sound of Kuduro’, ‘Kalemba (Wegue Wegue’ ou ‘Yah’, alinhados ao lado de ‘Vuvuzela (Carnaval)’ e ‘Parede’, já do novo disco ‘Buraka’ cm
Gabriel O Pensador mostrou no palco principal o carinho que sente pelos fãs portugueses. Mensagens contra o racismo e elogios ao multiculturalismo dos povos lusófonos, entusiasmaram o público com os clássicos ‘2345 meia 78’, ‘Pátria que me Pariu’ ou ‘Solitário Surfista’. Uma hora antes, João Pedro Pais abraçou uma multidão considerável com as canções mais populares da sua carreira, como ‘Mentira’ ou ‘Ninguém é de Ninguém’. cm
Já antes tinham passado por aquele espaço os GNR, com um Rui Reininho cáustico e irónico quanto baste, a lembrarem os tempos áureos do grupo com temas como ‘Efectivamente’ e ‘Morte ao Sol’. A honra de abertura do primeiro palco, com a noite já a cair, foi dada aos Dead Combo. Apoiados nos dois últimos trabalhos ‘Lisboa Mulata’ e ‘A Bunch of Meninos’, Pedro Gonçalves e To Trips justificaram porque conseguem arrastar pequenas multidões para verem o duo ao vivo. cm
Palco secundário em ritmo acelerado
O palco secundário de ‘O Sol da Caparica’ demasiado pequeno para os grupos que por ali passaram. Samuel Úria, que tocava à mesma hora dos Dead Combo, tentou segurar algum do público que começou a encher o espaço do festival ao final da tarde, com um concerto sóbrio e seguro. Já antes tinham por ali passado D’Alva e Márcia, com atuações que apenas pecaram por alguma falta de público devido à hora de arranque de ambos os espectáculos. cm
Já com uma plateia mais composta, os Capitão Fausto de Tomás Wallenstein entusiasmaram os fãs com um som que vai beber as influências ao psicadelismo e ao rock progressivo das décadas de 60 e 70, reciclados para o novo milénio, como é patente em ‘Pesar o Sol’, segundo trabalho do coletivo. cm
Ambiente louco com os Peste & Sida, que deram provavelmente um dos concertos mais divertidos dos últimos tempos no fecho do palco secundário, às 22h00, apoiados na energia de dois convidados-surpresa. Era óbvio que o grupo, agora liderado por João San Payo, não ia deixar passar em claro o hino que deu nome ao festival, mas na calha também estavam outros temas-chave como ‘Chuta Cavalo… E Morrerás’, ‘Gingão’ ou ‘Repressão Policial’.cm
Com João Cabeleira em cena, abraçaram o mítico ‘Sémen’ dos Xutos & Pontapés, antes de um Rui Reininho, bem mais solto do que uma hora antes no concerto dos GNR, os acompanhar em ‘Portugal na CEE’ e ‘Dunas’. O ambiente estava cheio de energia, numa comunhão intensa entre juventude e muitos cabelos brancos, quando ecoaram os primeiros acordes de ‘Sheena is a Punk Rocker’, em homenagem aos desaparecidos Ramones, antes de encerrarem em definitivo as hostilidades com ‘Vamos ao Trabalho!’.cm
Angelo Ralph foi o escolhido para o ultimo dia do festival.
Como toda a gente sabe Anselmo arrasta multidões e mais uma vez foi ele o responsável por tanta afluência ao recinto.
Assim que as luzes se apagaram o histerismo das pessoas foi notório. Os presentes cantavam as suas canções e faziam aparecer durante o concerto muitos cartazes com frases e algumas dedicatórias ao artista.
Os seus bailarinos compõem o espectáculo e dão um grande colorido á sua actuação dançando ao som da música com coreografias bastante arrojadas e acrobáticas.
Ao longo de todo os espectáculo Anselmo vai servindo o publico com canções românticas, que falam de amor de desamores, desejos e traições com temas sobejamente conhecidos do grande publico tais como:
“Estás no Ponto”, “Curtição” (uma das canções mais fortes do seu reportorio), “Promessa”, “Mente Para Mim” e “Primeira Vez”, “tu eras p’ra mim a última Coca-Cola do deserto, eras o meu anjo , achava que eras muita areia p’ró meu pequeno camião”), Anselmo com estas canções com as letras muito fortes e eficazes consegui-o comunicar com as pessoas, como o podemos confirmar com temas como “Não Me Toca” (a mais conhecida e mais forte do artista) e “Única Mulher”. O público novamente, grita, dança e entra em delírio com este magnifico tema. Anselmo Ralph faz assim o melhor concerto da noite e possivelmente do festival.