GRAY – MÚSICA EM TONS CINZENTOS

São naturais do Porto, e têm 2 Eps na bagagem (com um 3º a caminho). O estilo Pop Rock que os caracteriza é constrúido por Paulo Ferreira na voz e guitarra, Celso Miguel também na guitarra, João Oliveira no baixo, e Nuno Oliveira, o baterista. Nasceram para o panorâma nacional em 1999, com a edição do seu primeiro Ep homónimo. Depois deram-se três anos de longo e árduo trabalho de casa, onde se ensaiou e criou intensamente, dando-se luz e força a dezenas de temas originais. Em 2002 é editado “Behind The Man”, o segundo Ep da banda, que os lança para a estrada. Sentindo-se cada vez mais sólidos e felizes com o que fazem, os portuenses Gray chegam a 2004 com mais uma edição, a de um terceiro Ep com cinco temas, e a gravação de um videoclip para “On The Wire”. Este disco chega às lojas no inicio de Maio, e levará os Gray a uma digressão nacional, em promoção de todo o trabalho constrúido até aqui.
Antes disso, os Gray mostraram a sua face ao Inside, e revelam como, em tons cinza, conseguem desenhar a sua criatividade, os seus ideais, e a crença neste projecto sempre bem pensado.

INSIDE – A origem dos Gray, como começaram a tocar, quando se juntaram?

GRAY – O processo de evolução dos GRay tem sido natural e muito tranquilo. Juntamo-nos em Dezembro de 1999. Depois, estivemos muito tempo a fazer experiências. Numa primeira fase, éramos três elementos – voz, duas guitarras e uma bateria. Com a entrada do baixo em meados de 2000, passamos a ser quatro, apesar de pelo meio termos usado teclados – durante cerca de 1 ano e meio. Quisemos estar uns longos tempos (até meados de 2002) sem tocar ao vivo, no sentido de encontrarmos uma coesão de grupo que nos possibilitasse ter o mais possível uma identidade própria. No fundo, optamos por dar tempo às primeiras músicas, até as sentirmos adultas e, acima de tudo, interligadas dentro de um contexto muito próprio. Isso foi algo que sempre quisemos. Todos sabemos que há pouca coisa para inventar na música, mas nunca quisemos ser mais uma banda…

Porquê o nome Gray?

Quando surgiu, soou-nos bem. E desde logo pensamos que era um nome que ia de encontro à tal linha coerente que julgamos ter ao nível da composição. Para nós, este nome diz muito daquilo que são as nossas músicas e as emoções que elas pretendem transmitir.

E como definem a música que fazem?

A nossa música nem é totalmente iluminada nem inversamente obscura. É densa e íntima. Os temas não são feitos a partir de ideias pré-concebidas. Logo, nunca os associamos a um outro estilo. À medida que as músicas foram crescendo, verificámos que têm uma estética comum e um fio condutor com tonalidades cinzentas, o que nos agrada.

Acham que cantar em português pode ser um obstáculo para chegar ao topo?

Esse é daqueles temas… Umas vezes sim, é um obstáculo, outras vezes não. Aliás, parece-nos que neste momento é moda cantar em português e é moda criticar os portugueses que se expressam noutras línguas. Para nós, isso é uma profunda hipocrisia, quando o importante nos parece ser apoiar a música feita em Portugal, por portugueses, ou não; ou quer estes cantem em português, inglês, francês ou mandarim. O importante é apoiar quem quer trabalhar e fazer coisas sérias. Por isso, esse tema já nem nos incomoda. Cantamos em inglês porque queremos. E se um dia, porventura, cantarmos em português, assim seja. Mas não vamos escolher a língua em função do nível de dificuldade ou facilidade de atingir o que quer que seja.

As grandes dificuldades que têm encontrado para chegar ao nível desejado?

Nem temos sentido muitas dificuldades. Trabalhámos sempre com tranquilidade e fizemos quase sempre aquilo a que nos propusemos. Mas é claro que podemos enumerar alguns factores que poderiam ser melhores. Por exemplo, um dos aspectos essenciais passa pela falta de espaços com boas condições para tocar ao vivo. Há locais, mas muitas vezes não têm as condições suficientes. É só um exemplo…

Ainda faltam apoios ás novas bandas nacionais?

É outro assunto daqueles… Em primeiro lugar, as coisas já estiveram bem piores. Em segundo, tem havido, de facto, uma crise no sector da música nacional, que advém da crise económica nacional, mas a verdade é que os portugueses queixam-se de mais, e sempre do mesmo. Está sempre toda a gente à espera que as coisas caiam do céu… Mas assim não dá. É preciso ir ao encontro da sorte; e isso só se consegue trabalhando muito. Mas muito, mesmo.

Está a tornar-se realidade um disco dos Gray… como e onde vos poderão ver e ouvir?

É verdade. É um pequeno disco, um EP com cinco temas, um vídeoclip com o single «On The Wire» – que já passa nas rádios e nas televisões -, e ainda uma faixa multimédia. O disco está nas lojas a partir do início de Maio e também poderá ser encomendado à nossa editora, a IconDiscos, ou adquirido nos espectáculos ao vivo. Também em Maio, vamos fazer uma tour por vários palcos de Norte a Sul de Portugal e ainda pelas Fnac’s, rádios e tv’s, eventualmente num formato menos eléctrico, ligeiramente diferente do formato ao vivo.

Um convite aos fans, ou futuros fans dos Gray….

Ouçam o nosso disco, e depois pulem até a um concerto. São duas realidades distintas que se complementam. No leitor de cds temos alguma tranquilidade e muita fúria contida. No palco é diferente, há sempre mais emoção e muita adrenalina.

Autor: Pedro Vieira