LOTO – JACKPOT DE MUSICA

NO ÁLBUM DE ESTREIA “THE CLUB”

Os Loto são portugueses, de Alcobaça e diversão é o que se pode esperar do disco de estreia “The Club”.
“Swinging On A Star” foi o EP que serviu de aperitivo e que abriu as portas para a realização de vários concertos.
A onda foi crescendo e ai está o primeiro trabalho de longa duração.
O INSIDE falou com os Loto e as respostas estão ai:

Os Loto parecem confirmar uma nova postura no panorama musical em portugal…Sentem de alguma forma o peso dessa responsabilidade?

Não! A nossa postura é muito descontraida, fazemos as coisa pelo puro gozo que tiramos delas…Não se pense que somos egoistas, não é por ai, apenas nos queremos divertir e porque não fazer os outros divertirem se também… . Se a nova postura que falas tiver a haver com bandas que não têm medo de arriscar, que não partem à partida com complexos de inferioridade em relação ao que vem de fora, que apenas querem que as pessoas que os ouçam se divirtam, que dancem, que se distraiam, então não há peso de responsabilidade porque me parece óbvio que assim seja, pois isso são os Loto, não são jogadas de Marketing, nem jogadas de bastidores, somos Nós!

Mais uma vez Alcobaça… Lisboa deixou de ser o centro da produção nacional?
Achamos que não… Lisboa/Porto continuam a ser, para o bem ou para o mal, os centros de decisão nacionais, o que houve, e parece-nos que será uma realidade a curto prazo, foi uma descentralização saudável… . Hoje temos uma Alcobaça a produzir bastantes coisas, seja em pop, rock, electrónica, ou mesmo jazz, mas não só, as Caldas aparecem com uma cena indie interessantissima, Castelo Branco idem, Leiria também mas Lisboa e o Porto também, por isso não havendo discriminações partimos todos do 0 e ninguém se pode queixar de nada.

Quando olham para trás os Loto identificam neste “The Club” o sonho tornado realidade?
Definitivamente. Ficam para trás quase uma centena de concertos, dificuldades imensas e não menos alegrias, um EP chamado “Swinging on a Star”, que serviu como um primeiro cartão de visita, e chegamos a Março de 2004 e conseguimos, finalmente, o que qualquer banda de garagem (ou de sotão como no nosso caso) sonha, lançar um CD. O “The Club” está exactamente como nós o imaginámos, da música 1 à 11 cheio de batidas fortes, dançantes, assentes em músicas com refrões cantáveis. É um album à nossa imagem, simples e descontraido. E como tal nada melhor que este documento de cinquenta e pouco minutos para nos apresentar às pessoas.

Qual o melhor elogio que receberam com este disco?
Que pareciamos os New Order (risos)… . Não a sério, os melhores elogios são os das pessoas que quando compram o álbum nos mandam emails a dar força e até mesmo conselhos. Os das pessoas que nos abordam na rua e nos dizem coisas do tipo “Olha adorei a 4”. Pequenas coisas… É obvio que adorámos os elogios da imprensa especializada mas, sem dúvida, que são as pequenas coisas que nos satisfazem mais.

Qual o peso da participaçã0 neste “The Club” de nomes como armando Teixeira, Nuno Sousa ou Joana Almeida?
O Armando teve uma participação fantástica e indispensável à concretização do “The Club” como está. É uma pessoa com um Know how imenso, e quando o abordámos e lhe explicamos o que queriamos, ele sabia exactamente quais as nossas referências e como queriamos que soasse o álbum. O produtor pode ser realmente uma mais valia e no nosso caso, foi sem dúvida. Quanto ao Nuno, conheciamo-lo dos Stowaways e quando acabamos o “Shores”, parece que foi um clic quase imediato, “temos de convidar o Nuno porque a voz dele encaixa na perfeição nesta música”. Assim fizemos e correu tudo bem. A Joana, até foi uma história engraçada, num zapping televisivo lá estava ela no programa Idolos, só tivemos tempo para apontar o número dela… A partir de aí foi um instantinho. Foi a voz soul, house que fazia falta no nosso Club.

Existe alguma rivalidade no seio das novas bandas nacionais, ou há lugar para todos?
Da nossa parte não há nenhuma rivalidade e creio que nas novas bandas o espírito é bastante bom. Todos estamos a remar para o mesmo lado, todos sofremos as mesmas dificuldades por apenas querermos fazer música. Em Portugal, por vezes discute-se muito à volta da música e não da música. Nós estamos interessados em discutir música e essa não cria rivais pois todos se complementam. Há que assumir de uma vez por todas que a qualidade da musica em Portugal é bastante aceitável, desde Loto, X-Wife, Mourah, Nicorette, Norton, Stowaways, Gomo, Fonzie, Post it, Plaza, Ultimate Architects, há de tudo e para todos os estilos e não envergonha ninguém. Então para quê haver rivalidades? Vamos é todos para a estrada mostrar que em Portugal se faz muita coisa boa, vamos é unir esforços para tentar furar lá para fora. Portugal precisa de renovar a sua imagem e há uma nova geração de músicos que tem vontade de acrescentar um novo F a Fado, Futebol e Fátima. Um F de futuro. Apenas nos interessa isso.

Agora que o disco “The club” ja está á venda, como vão ser os proximos meses de trabalho?

Vamos tentar transportar a festa do disco para o palco. Queremos muito tocar pois é no palco que nos sentimos mais à vontade. Já começámos uma digressão com o Gomo que vai passar por uma série de cidades portuguesas. Vamos ter imensos Showcases e esperamos ter um Verão preenchido. Também já começamos a fazer contactos para podermos fazer alguma coisa por Espanha, Canadá e Inglaterra e concerteza que vamos tentar estar presentes nas feiras de música internacionais… . A ver vamos, as cartas já foram dadas, resta-nos esperar que nos tenha calhado um bom jogo!

Homepage: www.loto.cc
Email: [email protected]

Autor: Orlando Azevedo