Hanson
THE WALK
Os irmãos mais famosos da América regressam em Maio a um álbum de originais. Um ano zero a marcar o ponto de viragem entre a adolescência e o mundo adulto, de uma banda, agora, madura.
Se para vós os Hanson ainda são aqueles três putos de cabelo comprido loiro a cantarem Mmmm bop, esqueçam completamente que estão muito enganados. Se este álbum não vos fizer mudar de opinião, então nada mais fará.
Eles cresceram muito ao longo dos anos, quer física quer musicalmente. Após passagem pelo pop suave e pelo country eis um álbum que nasce do puro rock polvilhado com soul americano e um pouco de R&B.
A nota de destaque vai também para o eclipse de Taylor, o habitual vocalista, e para o aparecimento de Zac. O baterista mais irreverente torna-se o cantor por excelência da maioria das faixas do álbum (e das melhores) e arrebata a liderança. Isaac, claramente relegado para segundo plano, só toma a dianteira numa faixa.
O álbum começa com um coro de crianças sul-africanas a cantar “Nghi Ne Themba” (Tenho esperança). E é o mote para todo um fio condutor de canções de esperança, amores e até política.
Depois começa a caminhada séria com a power ballad “Great Divide” a dar início à nossa viagem. “Been There before” presenteia-nos com um coro de Gospel nos bastidores e uma batida espírita. “Georgia” é mais uma balada romântica a merecer alguma atenção, mas ainda não muita. “Watch over me” é o canto do cisne de Isaac a cantar também o amor em tons roucos e desesperados. Já “Running Man” é o início das faixas de festa, com Zac a acelerar para o mais puro rock, nesta e nas faixas que se seguem, o coração do álbum. Sempre a abrir, dançáveis e contagiantes.
Será preciso esperar até ao eclipse final para se ver o pôr-do-sol na última faixa “The Walk”. Uma balada ao piano, no melhor estilo Elton Johniano, em que Zac, o protagonista, definitivamente se excede e nos liberta tudo o que mais há secreto na sua alma. Esta será a música que conquistará os corações de todos os dissidentes e dos mais desatentos. Destaque para o toque marcial da bateria a emprestar um dramatismo intenso cénico nos momentos chave de queda da voz.
Um álbum indicado para noites solitárias e depressivas que necessitem de alguma reanimação.
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Autor: Tiago Videira