LSB Jazz na Culturgest

LSB Jazz | Ciclo “Isto é Jazz?” | Comissário: Pedro Costa 28 maio | 21h30 | Pequeno Auditório 5€ (preço único)

“É jazz e não é jazz, é jazz não o sendo, não é jazz sendo-o. O interesse de algo como estes LSB, para além do atrativo de ouvir, vendo, três virtuosos, reside nessa enorme particularidade. Como referiu o físico dinamarquês Niels Bohr: «Que bom foi termos encontrado um paradoxo. Agora temos a esperança de progredir.»”
Rui Eduardo Paes (crítico de música, ensaísta, editor da revista online jazz.pt)

Saxofone tenor e clarinete Fredrik Ljunkvist
Contrabaixo Johan Berthling Bateria Raymond Strid
Os LSB sobre a sua música:
“A História é importante para nós, mas sentimos que a música que fazemos representa o Agora. É uma manifestação do nosso interesse comum em falarmos musicalmente ou sobre música. Isso mantém-nos bastante ocupados, pelo que deixamos para os outros quaisquer considerações mais específicas, como saber qual é a nossa relação com o free jazz original ou seja o que for. Quem nos ouve é que pode tirar uma conclusão. Pode até achar que não é música, se o termo, quando aplicado a nós, lhe parece chocante.”
O trio LSB não é apenas mais uma formação da cena sueca do jazz criativo. É uma das de mais longa duração (arrancou em finais da década de 1990), muito embora de então para cá tenha tido períodos de desaparecimento devido à intensa atividade dos seus membros em outros projetos. Além disso, é também uma das que mais se têm destacado, devido ao relevo dos nomes que associa: as presenças de Fredrik Ljungkvist, Johan Berthling e Raymond Strid tornaram-no num supergrupo especialmente procurado e num dos primeiros exemplos em que pensamos quando se refere o “estilo” escandinavo.
Em 2015 terão novo disco, o seu terceiro, dele se esperando mais desenvolvimentos de uma fórmula que muito vem agradando. Intensidade, desmesura, virtuosismo técnico e expressivo e uma enorme dose de irreverência são as características do free jazz melódico e swingante que praticam, seja em modo totalmente improvisado, com composições dos próprios ou indo buscar temas a figuras icónicas como Steve Lacy e Ornette Coleman. Se as referências base dos LSB vêm dos anos 60 do século passado, não se espere deles uma atitude nostálgica: trata-se de música dos nossos dias, permeável a outras influências, acentuadamente europeia e sempre visando a inovação de processos e discursos. Eis uma oportunidade única de os ouvir ao vivo em Portugal.

Autor: ilda pires