NORAH JONES – NOT TOO LATE

Já anda por aí a circular o terceiro disco de originais de Norah Jones. Mais maduro, mais teórico, mas com envolvência que não surpreende.

Este terceiro disco de Norah é aquele em que a cantautora se sentiu mais à vontade. Pôde gravá-lo na sua casa de Manhattan e segundo a própria, até poderia ter gravado em pijama. Ao seu ritmo, com a sua onda.

Ao contrário dos álbuns anteriores, neste, Norah já não tem de provar nada a ninguém e por isso mesmo, limitou-se a fazer o que lhe apeteceu, da maneira que o faz melhor: cantar calminho e suave, para nos embalar, sempre num registo que ninguém estranha. A mudança essa é apenas por isso no plano teórico e interior. Norah está mais madura e começa a cantar o que quer, com outra confiança e os temas que apelam mais a si e com os quais se identifica. Canta por vezes de forma quase política e também canta o seu país. É o álbum que mais canções tem de sua própria autoria e por isso mesmo, um cunho claramente pessoal.

No entanto, peca exactamente pela falta de novidade, de um clímax, de algo que nos prenda os ouvidos. Quem ouviu os dois álbuns anteriores, tem aqui uma belíssima sequela, sem no entanto ter um refrão de muito destaque. A grande excepção parece ser mesmo “Not too late”, só que essa, aparece já mesmo no fim do álbum. E por isso, será que não vem mesmo um pouco tarde demais?

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Autor: Tiago Videira