Os Azeitonas

AJ, Marlon, Panchito e Preto, com a preciosa colaboração da Azeitonette Nena no “shoop-shooa”, destacam-se das demais boysbands portuguesas pelo facto de comporem, escreverem, tocaram e coreografarem tudo aquilo que cantam. Renegando quaisquer rótulos eventualmente redutores, não conseguem esconder a nítida influência de algum nacional-cançonetismo português das décadas de 60/70/80, deixando transparecer pontuais influências de Armando Gama, Carlos Paião e José Cid. É inevitável prestar vassalagem a esses gurus cujas melodias festivaleiras para sempre se inscreveram no nosso imaginário colectivo. No que respeita à palavra escrita, a tónica é eminentemente melodramática, onde o tema da deserção amorosa, sentimento de abandono e arrependimento estão presentes em 99{d83f5dc29ffae28d4e21492f0c0236626ff76aebb0cfc4f2f520cad95737ef9c} das canções. Fazem o seu debute discográfico com este “Um tanto ou quanto atarantado”, editado pela Maria Records em Julho de 2005 (editora recém-formado por Rui Veloso), onde as melodias são cuidadosamente talhadas para se alojarem nos ouvidos mais desprevenidos. A balada “Sinto-te em mim” é uma épica elegia ao amor, a dolente “Tou?” descreve uma chamada telefónica de desgosto amoroso e a animada “Um Tanto ou quanto atarantado” canta os embaraços da paixão. Até a irreverência dos fugazes amores de verão vem contemplada na quente “As Bifas de Albufeira”.

Fonte: INHA

Autor: Paulo Cardoso Ribeiro