STABAT MATER

Boccherini e Carrapatoso

Stabat Mater é o segundo concerto da série Ponto Contra Ponto, iniciada em Abril do ano passado, com As Sete Últimas Palavras por Joseph Haydn e Sofia Gubaidulina.

No período em que se assinala a Páscoa – a morte e a ressurreição de Cristo -, o Stabat Mater é o tema ideal para uma reflexão sobre os mistérios da vida, da morte e da dor. Em confronto, apresentam-se duas versões sobre este hino religioso, a clássica de Luigi Boccherini e a contemporânea de Eurico Carrapatoso.

O hino Stabat Mater é um dos mais conhecidos temas da música religiosa e descreve o sofrimento da Virgem Maria durante a crucificação de Jesus, seu filho. A partir de um poema medieval de Jacopone da Todi foram criados ao longo dos séculos vários Stabat Mater, destacando-se entre os mais famosos os de Pergolesi, Vivaldi, Rossini e, também, o de Luigi Boccherini, composto em 1781, no período mais produtivo da obra deste compositor italiano, enquanto músico da corte de Madrid.

Em contraponto ao Stabat Mater de Luigi Boccherini, que o Divino Sospiro interpretará sob a direcção de Enrico Onofri e a soprano Alexandrina Pendatchanska, a OrchestrUtopica apresenta em primeira audição absoluta um Stabat Mater composto por Eurico Carrapatoso, uma encomenda do CCB. Escrito para um contexto diferente da sua função originalmente religiosa, o Stabat Mater do compositor português reflecte o olhar contemporâneo sobre o sofrimento da mãe que vê o filho morto e ampara o seu corpo na descida da cruz.

“Quem compõe, “passa as passas do Algarve”. Compor é uma paixão no sentido etimológico dessa palavra. Logo à partida, paixão como provação da dor. Só mais tarde, com o tempo, é que assumirá, se tudo correr bem, todos os outros sentidos.”

Excerto de entrevista a Eurico Carrapatoso

18 de Março | Terça-feira | 21h00
Palco do Grande Auditório

Fonte: CCB

Autor: Paulo Cardoso Ribeiro