The Mirror Conspiracy – Thievery Corporation
CHILL OUT ZONE
Apropriado para uma solarenga tarde de Verão, “The Mirror Conspiracy” é um refrescante disco onde os Thivery Corporation propõem uma agradável viagem entre o trip-hop, o dub e o acid jazz. Um álbum a (re)descobrir.
Um dos nomes mais emblemáticos da música downtempo, os Thievery Corporation salientaram-se em 1997 com “Sounds From the Thievery Hi-Fi”, o seu primeiro álbum de originais. Marcante dentro dos domínios das electrónicas mais calmas e apaziguadas, consagrou-os como uma referência a ter em conta dentro do género, estatuto que “The Mirror Conspiracy” confirmou em 2000.
Não inovando muito face ao seu antecessor, o disco volta a apostar em sonoridades eclécticas que unem elementos de várias geografias, gerando uma interessante amálgama de contaminações e influências.
Ainda que não apresentem nada acima do esperado dentro dos registos acid jazz/trip-hop/easy-listening mais convencionais, Eric Hilton e Rob Garza conseguem proporcionar um álbum suficientemente consistente e diversificado, originando um nutritivo cocktail de sons e sabores.
Alternando entre instrumentais e temas com as apropriadas vozes de Pam Bricker, Bebel Gilberto e Lou Lou, “The Mirror Conspiracy” percorre vários idiomas – há canções cantadas em inglês, francês e até português – e fronteiras, originando uma envolvente e agradável aura atmosférica.
No seu melhor, oferece etéreos episódios capazes de viciar, mas nos momentos menos inspirados aproxima-se da música de elevador in, contudo algo indistinta, não incomodando mas também não desafiando.
No entanto, o cardápio sonoro é geralmente recomendável, tanto na aproximação ao asian underground com os temperos indianos de “Indra” e “Illumination”, na suave fusão lounge/ breakbeat de “Tomorrow” ou na trilogia de travo brasileiro de “Air Batucada”, “Só com Você” e “Samba Tranquille”. “Lebanese Blonde”, um clássico do género, também se encontra aqui, assim como o mediático “Shadows of Ourselves”, com apelativos contornos de pop reluzente.
Não sendo um álbum obrigatório, “The Mirror Conspiracy” é, mesmo assim, uma recomendável banda-sonora para uma tarde à beira-mar, contendo um conjunto de canções refrescantes q.b. e capazes de ajudar a suportar a temperatura de um dia solarengo. Não tira a sede, é certo, mas escorrega muito bem.
Autor: Gonçalo Sá