The Swifter- no Maria Matos

Andrea Belfi, BJ Nilsen & Simon James Phillips

A ação inicia-se no encantatório piano de Simon James Philips, dentro e fora, sendo depois captado pela eletrónica de BJ Nilsen que o liberta para a atmosfera em forma digital enquanto Andrea Belfi utiliza percussão para colorir os espaços livres e d

A igreja Grunewald em Berlim já abençoou muitos concertos e gravações, mas nenhum foi tão bafejado pela sorte como o primeiro encontro destes músicos em setembro de 2011. O trio, formado repentinamente por uma série de acasos, conheceu-se no exato dia em que o registo dos quatro temas do álbum homónimo aconteceu. O pianista australiano Simon James Phillips tinha a gravação de um álbum a solo agendada na Grunewald, mas, após um ensaio com BJ Nilsen semanas antes, percebeu que deveria partilhar a experiência com o músico eletrónico.

A três dias da gravação, um concerto inesperado com Andrea Belfi mudou novamente o plano, e, de duo, The Swifter passou a trio. Com a improvisação como guia permanente dos movimentos, pequenos mecanismos foram traçando inteligentemente o encontro entre os vários instrumentos: piano e percussão em convulsão repetitiva entrelaçada; eletrónica capturando os batimentos do coração do piano para os libertar na atmosfera como projéteis sonoros autónomos. Poder-se-ia traçar paralelismos com a missão libertadora dos Necks ou dos Triosk, mas o maior número de recursos oferece, naturalmente, um maior número de resultados. E esta santíssima trindade promete novas soluções a cada encontro, mostrando uma das hipóteses do chamado jazz do futuro.

Autor: pires