4TASTE – TAKE 2

Já chegou o segundo álbum de originais dos 4Taste. O segundo take é uma lufada de punk rock e teenpower bem à maneira de animar a tua associação de estudantes.

Quando ouvimos o segundo trabalho desta banda formada nos Morangos com açúcar ficamos com um certa sensação de adequação. Que mais se poderia imaginar de uns adolescentes cheios de vitalidade e vigor que não umas rockalhadas com pura influência sonora de Greenday ou Avril Lavigne?

Feito à medida das gerações mais jovens este é um trabalho leve e descomplexado feito para estar a bombar por esse Verão fora.

Abrimos com “Diz-me mais uma vez”, uma bela canção rock cantando dúvidas de amor, tão típicas da idade e da conjectura social. Segue-se no mesmíssimo registo “Dar-te sempre mais” – as guitarras são um mote de fundo a uma reflexão sobre estratégias de como lidar com o amor conflituoso.

A pérola do álbum cai na terceira faixa. “Diz-me que sim (estou aqui)” é uma balada levezinha e muito melodiosa. É a faixa irmã de “Só tu podes alcançar” do álbum passado. Uma canção talhada para o mega-êxito, que fica bem no ouvido, serve perfeitamente de banda sonora e que nos conta (mais uma) história de amor e promessas eternas.

“Sabe bem cá estar” abre o jogo para o carpe diem. Numa toada de punk rock bastante Offspringiano fala-nos de como se deve viver o dia a dia e como é tão bom aproveitar a vida. “Ver mais além” continua no mesmo tom, positivo e optimista, embora não rejeite uma certa reflexão existencialista. Uma canção em tom maniqueísta em que o protagonista acaba por se decidir pelo lado bom.

“Um copo a mais” é uma alegoria aos dias em que vamos sair com a malta e que nem sempre conseguimos resistir aos excessos. É também um alerta que a bebida não resolve propriamente as coisas. “4horas” é um registo médio de queixume de como o amor egoísta pode deitar tudo a perder – «é sempre tudo à tua maneira!…».

Segue-se a homenagem a Carlos Paião com “Playback” tocado a alta rotação. O original é um bom original, podemos aqui tentar ver Picasso a pintar os girassóis do Van Gogh. Há quem prefira o genuíno, há quem veja préstimo na recriação.

“Esticar a corda” e “Nada nos vai parar” são mais duas rockalhadas bem positivas e que entram no ouvido para dançar. Aqui já se começa a denotar um certo blink182ismo a apoderar-se da situação, mas nada de grave.

O álbum fecha com “Dá-me o que tens”, num tom de reflexão moral sobre o amor. Cada um tem as suas teorias sobre o assunto, é um filão inesgotável.

O trabalho está engraçado, é solto e servirá com certeza como banda sonora de fundo a muitas cartadas e jogos de ping pong por essas associações fora.

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Autor: Tiago Videira