“Maré” nas noites do Coliseu de Lisboa
Adriana Calcanhotto voltou a cantar para o público português
Pouco mais de um mês desde a sua última actuação em Lisboa, para a primeira apresentação de “Maré”, Adriana Calcanhotto voltou a encantar com as suas mais recentes composições.
A cantora e compositora brasileira iniciou a tournée de apresentação do último álbum de originais – “Maré” – no passado dia 19 de Maio, num concerto que se realizou na sala do Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Depois de ter pisado o Teatro São Luíz, há pouco mais de 1 mês, para a primeira interpretação em palco deste novo registo, e de ter sido recebida com aplausos pelos fãs e por alguns convidados, poderá dizer-se que os concertos que marcaram o início desta tourneé, em Portugal, não correram como planeado, tendo-se verificado alguns imprevistos, apesar de “afogados” pela voz da cantora e compositora brasileira.
No primeiro dia de actuação no Coliseu de Lisboa, dia 19 de Maio, a sala de espectáculos foi “inundada” por um corte de electricidade, o que causou uma interrupção da actuação de Adriana Calcanhotto, já praticamente no final do espectáculo. Este imprevisto fez com que algumas pessoas do público abandonassem a sala devido à não previsão de restabelecimento da electricidade.
No entanto, apesar da noite ter invadido o Coliseu de Lisboa, Adriana Calcanhotto demonstrou a grande capacidade de improvisionamento brasileira, e às escuras, interpretou 3 canções – “Quem Vem Pra Beira Do Mar”, “Mulher Sem Razão” e “Maresia” – todas elas em formato acústico, sem qualquer suporte de som ou luz.
O público que se sentiu lesado teve oportunidade de assistir ao concerto, desta vez por completo e sem cortes de energia, no dia 20 de Maio. A produtora do espectáculo, Música no Coração, assegurou que ninguém ficaria prejudicado e por isso, foram disponibilizados bilhetes para a segunda interpretação de Adriana Calcanhotto na emblemática sala de Lisboa. E assim foi. No dia 20 de Maio mesmo que existisse um corte de electricidade os pickets da EDP já estavam preparados para actuar, mas não em palco. Felizmente, não foi necessário. O espectáculo decorreu iluminado, apesar de também esta noite ficar marcada com um imprevisto desta vez causado por uma pequena constipação de Adriana Calcanhotto, reflexo de uma corrente de ar da noite anterior, devido ao corte de electricidade.
Mesmo com a voz num timbre baixo, Adriana Calcanhotto iniciou a apresentação de “Maré”, fazendo menção ao sucedido na noite passada não deixando de revelar a sua surpresa e admiração.
Depois de pedir desculpas pelo facto da sua voz não se apresentar na forma habitual, Adriana Calcanhotto iniciou o roll de apresentação deste último registo com “Maré”, “Três” e “Seu Pensamento”. Seguiu-se a interpretação de “Mais Felizes”, “Asas” e “Para Lá”, este último, um original de Mariza Monte que foi interpretado por Adriana Calcanhotto pela primeira vez em Portugal na apresentação dos registos “Adriana Partimpim”, também no Coliseu de Lisboa.
Com uma sala aconchegada à voz de Adriana Calcanhotto, as interpretações docorreram suaves e calmas, sem registo de mais incidentes, apesar de por vezes ouvir-se um barulho constante, semelhante ao do bater de uma porta.
A “experiência interessante”, indicada por Calcanhotto quando se referiu à noite de 19 de Maio, não deixou também de o ser na noite de 20, no entanto pela receptividade e pelo carinho transferido pelo público para a já consagrada cantora da música brasileira.
Como seria de esperar, esta apresentação de “Maré”, contou também com a interpretação de temas já decorados do público português, entre eles “Vambora” e “Fico Assim Sem Voçê”. E foi também assim que, o público se despediu de Calcanhotto, cantando em conjunto estes dois temas, agradecendo o esforço da cantora em não faltar ao prometido de encantar o público com a sua serenidade e grandiosa voz em palco.
A tournée vai continuar por Portugal, passando pelo Porto, Torres Novas, Guimarães e Ponta Delgada, mas antes de regressar ao Brasil, Calcanhotto vai voltar à capital para actuar no Festival Delta Tejo, a realizar em Julho.
Autor: Marisa Antunes