CALVIN HARRIS READY FOR THE WEAKEND

O novo álbum de Calvin Harris – READY FOR THE WEAKEND – já está disponível em formato Digital e chega às lojas em formato físico a 29 de Março!

“De momento estou interessado no conceito de música de dança para estádios”, afirma Calvin Harris. “Tocar em estádios de futebol com grandes riffs de guitarra, interpretar grandes hinos com todas as pessoas de mãos no ar. Toda a cena minimalista já me passou.” Esta é uma ambição arrojada, mas essa mesma ambição é justificada pelo facto de vir de um homem que passou do anonimato do seu quarto para um sucesso internacional num piscar de olhos. Pelo menos, foi isso que transpareceu para o exterior, corria o ano de 2007. Tinha acabado de fazer 23 anos quando marcou presença nas tabelas, mas reza a lenda que Calvin Harris já fazia música desde os seus 15 anos num velho computador Amiga na cidade escocesa de Dumfries, isto quando não estava a trabalhar como repositor no Marks & Spencer local. “Parece que surgi do nada, mas não foi essa a sensação que tive”, admite Harris. “Tive um disco de êxito após muitos discos que não correram assim tão bem…” Estes primeiros discos, incluem o single “Da Bongos”/“Brighter Days”, gravados com o pseudónimo “Stouffer” pela editora Prima Facie em 2002, e uma faixa intitulada “Let Me Know”, com a colaboração da cantora Ayah (incluída na compilação Unambombers’ Electric Soul 2) em 2004. Foi nesta altura em que o artista encontrou aquela que viria a ser a sua sonoridade de marca – música pop de dança contagiante, com sintetizadores e linhas de baixo potentes – e que despertou a atenção do público, primeiro com o tema revelação “Acceptable In The 80s” (devido a um lançamento em Março de 2007 pela Columbia Records, que se tornou popular através do Myspace), e em seguida por outro tema ainda mais bem sucedido, intitulado “The Girls”, seguido depois pelo lançamento do seu álbum de estreia I Created Disco. Este álbum vendeu mais de 100 mil cópias, só no Reino Unido, onde conquistou um disco de ouro. Entre a sua crescente legião de admiradores estava a banda Dragonette, que gravou uma versão calorosa de “The Girls” (“The Boys”), sem referir nos vários imitadores que queriam obter aquela sonoridade típica de Calvin Harris. A forma mais inteligente de obtê-la seria, obviamente, recorrer ao próprio artista, algo que uma certa deusa da pop australiana fez. Quando Calvin Harris recebeu uma chamada para se encontrar com Kylie Minogue com vista a efectuar uma colaboração, decidiu beber para acalmar um pouco os nervos. “Isso faz parte da minha fase Jack Daniels. Só bebi um copo ou dois. Mas não resultou. Só me fez ficar um pouco embriagado mas igualmente nervoso. Não recomendo a ninguém.” Duas das faixas produzidas por Calvin, “Heart Beat Rock” e o single “In My Arms”, foram incluídas no álbum “X” de Kylie Minogue. Outros artistas que procuraram a magia de Calvin Harris incluem nomes como Example, The Mitchell Brothers e Sophie Ellis Bextor, bem como outros como “alguém que não estou autorizado a contar, mas que são mesmo bons”, acrescenta Harris em tom crítico.
No entanto, existe uma faixa de Calvin Harris que não pode passar despercebida. “O Dizzee mandou me uma SMS, dizendo que tinha gravado um tema acapella sobre uma música de alguém, mas que a letra que tinha era demasiado boa para o autor da mesma, então com quem poderia colaborar?” O artista ri-se ao lembrar-se deste episódio com Dizzee Rascal. “Então passei muito tempo a trabalhar a faixa, para ter a certeza de que correspondia às suas expectativas. Enviei-lhe o tema e ele ligou-me às 2 horas da madrugada, dizendo que era espectacular, portanto sabia que estava boa.” O tema foi então bom o suficiente para ficar no topo das tabelas durante quarto semanas consecutivas e tornar-se num dos singles mais vendidos de 2008, sem falar no facto de ter sido o seu primeiro disco a conquistar o n.º 1. “Dance Wiv Me” vendeu mais de um milhão de cópias, sendo que a meio do ano o artista começou a compor o sucessor de I Created Disco, na altura ainda sem título. “O meu segundo disco era suposto ser lançado em 2008, mas apercebi-me de que tinha cerca de uma semana para terminá-lo. Então decidi não fazer nada.” Em vez de apressar as coisas, Harris isolou-se “no escuro, num quarto pequeno e roxo, durante cerca de um ano e meio. Segundo o próprio, compôs mais de 100 temas para o sucessor de I Created Disco, ainda sem título. “Não compus as letras, não são o meu ponto forte. A música é que é. A música surge naturalmente. E não sou um cantor nato, então passo muito tempo a pensar no que consigo fazer sem ter que cantar e sem ter que usar a função autotune.” O artista até considerou em abdicar totalmente da parte vocal. “Não quero ser o líder durante muito mais tempo. Prefiro ser como os Groove Armada ou os Basement Jaxx, mas por enquanto não sei se esse é um sonho que possa atingir. Pensei em trabalhar com cantores convidados em todo o álbum, mas após ter enviado várias faixas a várias pessoas, apercebi-me de que as pessoas no geral são um verdadeiro pesadelo e, normalmente, se queremos algo bem feito é melhor sermos nós a fazê-lo.” E, em suma, foi isso que o artista fez. Nos pequenos intervalos do trabalho efectuado naquele quarto pequeno e roxo, Calvin Harris manteve-se ocupado a trabalhar como DJ. Harris tem trabalhado como DJ em Hong Kong, Austrália, Milão, Bélgica, “em todos os países para os quais não era possível levar uma banda com seis elementos.” Tal revelou ser uma experiência preciosa. “É bom ser exposto à música de dança, saber o que se anda a passar nas discotecas.” Tal mudou a abordagem do artista ao processo de gravação. “Agora decidi que o novo lançamento vai ser um disco de dança bastante comercial. Ou seja, vai ter uma sonoridade comercial, não que esteja à espera que venda milhares de cópias.” O primeiro exemplo da sonoridade actualizada de Calvin Harris fez exactamente isso. “I’m Not Alone”, o primeiro single do novo álbum, subiu directamente para o topo das tabelas e é o seu segundo disco a atingir o n.º 1. Harris descreve o tema como “uma música de dança para grandes estádios, algures entre os Snow Patrol, Faithless e Grandaddy”, mas é no mínimo duas vezes melhor do que esta descrição faz adivinhar. Começa com o próprio Calvin Harris, enfrentando sozinho o tema com as seguintes palavras “Can you stay up for the weekend and blame God for looking old?”, com a sua voz crua e sem tratamento. Uma jogada corajosa. “Não tive hipótese”, explica o artista. “O tema só iria resultar com um início mesmo brutal. Tinha mesmo que arriscar.” A contrastar com o hedonismo, festa e exuberância da fama inicial de Calvin Harris, “I’m Not Alone” possibilita o aparecimento de sentimentos até então desconhecidos, como a vulnerabilidade e introspecção: fala abertamente sobre temas como a dor e o medo (“If I see a light flashing, could this mean that I’m coming home/If I see an arm waving, does this mean that I’m not alone?”), e transmite confissões como no verso “I can’t do this any more”. Trata-se de um exemplo fascinante de várias mensagens: expressões de dúvida interior em contraste com riffs poderosos e monumentais. “Toda a faixa é um misto de luz e sombra, dois estilos misturados”, explica Calvin. “Por algum motivo, considero muito difícil escrever letras muito felizes. Para ser sincero, não sei o porquê dessa dificuldade. Talvez tenha sido o facto de ter ficado fechado num quarto demasiado tempo e isso reflecte-se nas letras!” Uma faixa mais simples e animada, bem como um futuro single a ser lançado, é “Ready For The Weekend”, com a participação dos pulmões fantásticos de Mary Pearce (que faz coros para Beverly Knight, Lionel Richie e Chaka Khan), riffs de piano e o refrão contagiante: “I put on my shoes and I’m ready for the weekend”. Calvin afirma: “Todas as pessoas têm cuidado a escolher o calçado que vão usar quando saem à noite. Estou a unir todos os utilizadores de calçado. É isso que estou a fazer. É a canção mais alegre e animada que alguma fez criei. Tem algo de “diva” e sempre quis fazer uma canção com uma diva. É um típico lugar-comum da música de dança, mas feito de forma ligeiramente diferente.” “Relax”, uma faixa que começa por mencionar “panic attacks” (ataques de pânico) e versos como “the spinning lights make it hard to react” (as luzes giratórias dificultam a minha reacção), mas muda para um tom mais positivo com o verso “It’s for the taking/All these girls are waiting” (é para o charme/todas as raparigas estão à espera), tem um ambiente semelhantemente misto como em “I‘m Not Alone” e – algo invulgar no trabalho do artista – inclui guitarras acústicas. “Sempre a imaginei como faixa para encerrar o álbum”, revela. “Como uma espécie de pôr-do-sol.” “Worst Day”, outros dos temas já terminados, parece falar sobre as relações disfuncionais (“My first mistake was letting you into my life…“), e tem um gostinho da sonoridade N.E.R.D./Outkast, onde a voz de Calvin Harris partilha o espaço com o rapper Izza Kizza (que já trabalhou com Timbaland). Mais uma vez, inclui guitarra acústica, algo que vai certamente mexer com as expectativas de muitas pessoas sobre um disco de Calvin Harris. “É mesmo essa a ideia”, confirma o artista. “Queria fazer algo de que me pudesse orgulhar: do género “isto é o melhor que consigo fazer”. Para que não tenha apenas um disco associado ao meu nome e com o qual não esteja particularmente satisfeito.” Se parece algo estranho ouvir Calvin Harris a distanciar-se de um disco tão bem sucedido como foi I Created Disco, tal é um reflexo do seu perfeccionismo. “O último disco foi feito antes de ter assinado um contrato discográfico, portanto não levei tudo até ao fim nem trabalhei tão arduamente como devia. Fico contente por ter conseguido gravá-lo nas circunstâncias em que foi gravado, mas se fosse gravá-lo novamente, iria soar totalmente diferente agora.” Antes de terminar o álbum – que ainda é uma obra em constante melhoria – Calvin tenciona ir testá-lo na estrada. “Estou a meio de terminar o disco, mas quero ver como as coisas correm ao vivo antes de colocar tudo em disco, o que é algo novo para mim. Da outra vez criei os temas e fiz figas, esperando que soassem bem ao vivo. Desta vez, quero criar um disco grande e que soe óptimo ao vivo, quer ouvido em casa quer ouvido no carro.” Este álbum apresenta já um grande alcance musical em comparação com o seu antecessor. “Existe uma gama de canções neste disco. No último álbum, ouviam-se dois ou três temas e ouvia-se praticamente o disco todo. Este disco é mais variado e mais interessante no geral. O primeiro álbum é quase um álbum conceptual, canalizado numa só direcção. Neste álbum, utilizei o máximo de instrumentos que consegui.” Quando interrogado para fornecer uma discrição do ambiente geral do álbum, Calvin Harris opta por “música de dança clássica num ambiente moderno”. O artista explica: “Aquilo que gosto na música de dança é que podemos utilizar vários géneros musicais e diferentes instrumentos e transformar tudo numa faixa de dança. No princípio, a música de dança parecia-me tão rica, ao contrário do que acontecia numa banda com guitarras, como no estilo indie ou assim. Estou a tentar criar temas de dança que não pareçam ser isso mesmo, espero que resulte. Estou a tentar criar algo que ou já não se ouve há muito, ou nunca se ouviu antes. Esperemos que seja mais esta última opção.” “Sinto-me entusiasmado com o resto do álbum”, acrescenta. “Mal posso esperar que seja editado.” E não é o único.

Notícia: Sony Music

Autor: inside