DAVID FONSECA DREAMS IN COLOUR

Anda por aí o terceiro álbum a solo de David Fonseca. O mais radioso de todos os álbuns traz-nos um David mais sorridente e descomprometido.

Desde logo na sua concepção este foi um álbum diferente. Os momentos criativos iam sendo partilhados com o público através de pequenos vídeos espalhados pela internet. Mensagens chegavam ao Hi5 das pessoas. Uma interactividade para tirar o melhor partido das novas tecnologias, «porque Internet não é só pirataria e na pirataria não há o contacto entre o público e o artista».

Depois há o disco em si. Palmas, muitas palmas, espalhadas pelos temas ajudam a criar logo um clima de festa que se abre em “4th Chance” e em “Kiss me, oh kiss me”. Duas canções de folia e levezinhas a retirarem todo o peso de um little David boy amargurado. Este little David quer é brincar.

Pelo meio chega-nos também a companhia de Elton John. O seu Rocket Man vem-nos aqui parar de uma maneira inesperada e quase traumática. Depois de covers melodramáticos e inebriantes, como o da Kate Bush, sobre este tema, a versão de David é mais uma que… nada a ver. O tema é distorcido para um pop que lhe retira também parte da mística amarga que continha.

O registo mantém-se alegre no popíssimo “Silent Void” e começa depois a liquefazer-se em temas mais contrastantes e heterogéneos. O assobio em “Superstars” é mais uma pequena preciosidade que ninguém vai esquecer.

“Feet on stones” é aquela faixa que parece emprestada de Elton John de novo. A progressão harmónica é extremamente parecida com o “Song for a guy”. Coincidências ou será que David andou a beber Elton assumidamente?

Finalizamos o disco a sonhar a cores. De uma maneira espontânea e livre. Um trabalho para a posteridade e definitivamente obrigatório para os fãs.

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Autor: Tiago Videira