Entrevista com Blister

São 4 músicos que sabem o querem. Os Blister querem-nos mostrar que a sua música tem de ter como base a amizade pura, e que deve ser elevada ao máximo. A partir daqui… o céu é o limite.

JI – Como é que começou a vossa aventura Blisteriana?

BLISTER – Esta aventura começou, quando eu (Gonçalo), conheci o Hugo Piló.
Conhecemo-nos num trabalho que fizemos em estúdio, para a banda sonora de um programa que deu na televisão chamado “Bar da TV”. Eu fiz a produção musical, e o Hugo deu voz ao genérico e a partir deste trabalho acabamos por ficar amigos.
O Hugo começou então a falar-me, que seria interessante fazer uma banda, e eu que estava mais dedicado ao trabalho de estúdio e ao meu projecto a solo, acabei por me deixar convencer. Arrastei o Dick para o projecto, que trabalhava comigo na altura, e ainda hoje trabalha.
Com o projecto a nascer, achámos que havia uma pessoa que seria perfeita para nos completar, que é o Mauro, que é um prodígio na bateria e tocava em muitos bares de Lisboa e já tinha tocado com outros artistas. Decidimos então capturá-lo (Risos), e nasceram os Blister.

JI – Falem-me do vosso novo trabalho que vai ser editado em Setembro?

BLISTER – (Hugo) O nosso novo trabalho, vai-se chamar “Every Body Wants The Same”.
Estamos já com 4 anos oficiais de banda, feitos dia 25 de Maio, e desde esse dia temos o site novo que é http://www.blister-music.com/, estando a trabalhar neste novo álbum, desde o início deste ano, e pensámos em editá-lo ainda antes do verão, mas acabou por ser impossível, e por isso sairá no mês de Setembro.
Tentámos que os alicerces-mor da banda, do Rock, e da nossa postura ficassem, mas alterámos algumas coisas e tentámos ir atrás de uma nova sonoridade.
Temos as mesmas aptidões para fazer as baladas, e as mesmas influências do rock, mas o nosso som progrediu naturalmente para uma fase mais rockeira, em que não estamos tão cor-de-rosa.
Penso que agora também queremos chegar a outros nichos, outros públicos, para que eles possam entender o nosso trabalho, e perceber que tendemos cada vez mais a ter uma identidade mais própria.
Neste disco está, o que nós guardámos, que interessava, do anterior trabalho, e evoluímos no caminho que achámos mais sensato. Não deixámos de ter coisas facilmente audíveis. Mas a nossa maior preocupação é a música, e fazer com que ela possa soar bem.
Este é um álbum com muita energia, e é precisamente essa energia que queremos passar ao público.

JI – Porquê a escolha de “Old Friends” para apresentar este novo trabalho?

BLISTER – (Gonçalo) Essa música começou, exactamente com o Mauro a tocar guitarra, e a fazer soar alguns acordes. O Mauro é um dos compositores das nossas músicas, apesar de que adoramos juntar-nos os 4 e fazer a música juntos.
(Hugo) Na altura pensamos em lhe chamar “Good Friends”, mas depois de escrever a letra, ficou “Old Friends”, e é como já se disse uma melodia do Mauro, que achámos ter uma sonoridade para chegar às massas. Inclusive decidimos, e agora com a era da Internet, deixá-la disponível para download.
Esta música tem muito a ver com os amigos, e com o facto de eles estarem bem, com um bom espírito nas férias. É uma música que tem também a ver com o Verão, e gostaríamos que ela fosse bastante ouvida, porque é um bom mote para esta estação.
(Gonçalo) É uma música que fala sobre o passado, sobre o presente e sobre o futuro. Passa uma imagem muito fresca, com alguma nostalgia à mistura.

JI – O facto da vossa música aparecer em séries de televisão, foi importante para o vosso lançamento?

BLISTER – (Hugo) Sim, foi importante. Claro que se não estivéssemos lá, gostaríamos sempre de lá ter estado, e saber como é que era.
A partir do momento em que estamos lá, começamos a apanhar com as coisas boas e com as coisas más, mas sem dúvida foi importante.
A série “Morangos com Açúcar”, deu-nos projecção, principalmente, no que toca a chegar a pessoas que de outra forma não chegaríamos e acabou por acontecer de uma forma mais bombástica.
Eu penso que todas as pessoas vêem esta série, mas a maioria não assume que gosta, e tem sempre algo de negativo a dizer, mas a música que entrou na série seja boa ou má, ela existe e foi divulgada, e penso que agradou.
Apesar de tudo isto, penso que aparecer numa série de televisão foi importante, para mostrar um pouco do que somos capazes.
(Mauro) Hoje em dia a maioria das pessoas não vai a uma loja procurar música, e se o faz é uma minoria.
A televisão, hoje em dia tem um papel muito importante, porque é um veículo que permite às pessoas conhecer novas sonoridades.

JI – Vocês no vosso site, fazem uma homenagem ao Francisco Adam, dedicando-lhe algumas palavras. Fizeram-no porque o conheciam, porque foi algo que vos chocou?

BLISTER – (Mauro) Nunca fui muito próximo dele, mas ele andou na mesma escola que eu, porque o Francisco também era de Torres Vedras como eu, e houve alturas em que falámos algumas vezes.
Apesar de não ser uma pessoa com quem eu lidasse muito, senti sempre que ele era uma pessoa impecável.
É claro que o que aconteceu, sendo ele tão novo, chocou muito. Penso que ninguém consegue passar ao lado sem sentir algo.
(Hugo), eu acho que ele é o James Dean português. Sempre lhe achei piada, e achava que ele era promissor na carreira, tinha talento. Tinha estado a falar com ele, pouco tempo antes da situação, e até tínhamos estado a falar sobre a música “Day By Day”. Achei que seria uma boa maneira de homenagear uma pessoa boa, e de quem nós gostávamos.

JI – Em relação ao cão que aparece no vosso site, é a vossa mascote?

BLISTER –> (Hugo) A Fotografia é de uma cadela.
Eu, queria ter uma imagem que passasse uma ideia de familiaridade, de “Old Friends”, e um amigo nosso tinha uma cadela por quem tinha uma grande paixão, que se chamava “Mancha”, que morreu há pouco tempo.
Na altura em que estivemos a divulgar nas rádios este nosso trabalho, achamos que era boa ideia colocar uma imagem de um cão, já diz o ditado são os melhores amigos, e resolvi perguntar a esse meu amigo se tinha fotografias da “Mancha”. Quando ele me mostrou a fotografia, eu fiquei apaixonado por ela, mostrei ao resto da banda, e todos concordaram, e possivelmente será a capa do álbum. Acaba por ser uma homenagem, à cadela do nosso amigo e também por ser uma imagem que gostamos muito.

JI – Sendo vocês, cada um de seu lado, um de Queluz, um da Nazaré, outro de Torres Vedras e outro do Lumiar, porque é que resolveram fazer o vosso Quartel-general em Casal de Cambra, no Concelho de Odivelas?

BLISTER – (Hugo) Este é um espaço que pertence ao Gonçalo. É aqui que ele trabalha, o estúdio é dele, e acaba por ser o sítio onde ele vive diariamente.
Sendo este também um projecto, no qual o Gonçalo investiu, através também da sua editora “Sociedade de malhas” que foi quem editou o nosso primeiro disco e irá editar o próximo, criou-se aqui um espaço favorável ao trabalho, e à organização do próprio projecto.
É um espaço muito bom, com todas as comodidades, que nasceu de raiz.
(Mauro) Todos nós trabalhamos na música, tirando o Hugo que ainda estuda, e isso também torna a nossa vida mais facilitada, porque todos nos podemos juntar aqui, e como sabemos o que temos e queremos fazer, é só nos juntarmos e fazermos música de uma forma mais objectiva
Para além de tudo isto, é um espaço onde nos sentimos à vontade, num ambiente confortável, familiar e amigo e é também uma forma de falarmos, trocarmos ideias, pensamentos, e convivermos.

JI – Já têm um plano, de por onde vão andar a partir de Setembro, a mostrar “Every Body Wants The Same”

BLISTER – (Hugo) Penso que o que queremos é fazer, o mesmo que fizemos para o primeiro álbum. Tentarmos afastar as águas o mais possível, para que as pessoas se aproximem com a maior naturalidade. Vamos andar a tocar nas rádios. Temos já vídeos em produção, para além do “Old Friends”, e queremos andar a mostrar o nosso trabalho com calma.
Não pensamos dar muitos concertos. Pensamos acima de tudo, dar poucos mas bons concertos.
Vamos andar também pelas fnacs, e por outros sítios a mostrar o nosso novo trabalho.
Acima de tudo, vamos apresentar o álbum à nossa maneira.
Ainda está tudo na fase de planeamento, e muitas vezes as coisas mudam de um momento para o outro.
Penso que a Internet, é também um meio aberto, à divulgação nacional e internacional, que pode vir a mudar a nossa vida.
É por isso que apostámos na feitura de um site diferente, apelativo, válido, e recebemos já várias felicitações, pelo nosso espaço, que as pessoas têm considerado bastante interessante.

JI – Para terminar, gostaria de vos pedir para me deixarem aqui a vossa mensagem Blisteriana.

BLISTER – (Mauro) Acima de tudo, divirtam-se e não deixem que ninguém o faça por vocês.
(Gonçalo) Oiçam muita música, porque ela acaba por nos dar boa disposição nas alturas certas. (Hugo) Quando estamos sozinhos ou acompanhados é sempre uma excelente companhia, e transporta-nos a sítios onde jamais poderemos ir fisicamente.