JARRETT, PEACOCK e DeJOHNETTE
12 de Novembro no CCB
25 anos depois, agora em trio, com Gary Peacock no contrabaixo e Jack DeJohnette na bateria, Keith Jarrett vai subir ao palco do Grande Auditório do CCB para um concerto único, aguardado há muitos anos pela legião dos seus admiradores.
Numa noite quente de Junho de 1981, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, assistiu a uma das maiores “broncas” da sua história centenária. No auge da sua fama de solista de jazz, impulsionada pelo sucesso mundial do duplo álbum The Köln Concert, gravado ao vivo na Ópera de Colónia em Janeiro de 1975, Keith Jarrett apresentava-se pela primeira vez a solo perante o público português. Estivera aqui em 1966, com Charles Lloyd e Jack DeJohnette, e mais tarde, em 1971, com Miles Davis. Em 1981, o velho Coliseu era um lugar desconfortável, ruidoso e fumarento. Keith Jarrett interrompeu a sua actuação logo aos primeiros ataques de tosse da plateia, voltou a ameaçar parar o concerto alguns minutos depois, e, por fim, completamente fora de si, pegou na toalha e saiu do palco. Durante mais de meia hora, milhares de pessoas aguardaram o seu regresso. Jarrett voltaria para uma actuação de um pouco mais de uma hora, quando uma parte do público já tinha abandonado a sala. A memória dessa noite irrepetível perdurou até hoje: uns pensam que foi um concerto falhado, outros que o pianista norte-americano teve uma prestação memorável. Seja como for, a verdade é que Keith Jarrett nunca mais voltou a Portugal.
O concerto que o trio de Keith J
12 de Novembro no CCB
25 anos depois, agora em trio, com Gary Peacock no contrabaixo e Jack DeJohnette na bateria, Keith Jarrett vai subir ao palco do Grande Auditório do CCB para um concerto único, aguardado há muitos anos pela legião dos seus admiradores.
Numa noite quente de Junho de 1981, o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, assistiu a uma das maiores “broncas” da sua história centenária. No auge da sua fama de solista de jazz, impulsionada pelo sucesso mundial do duplo álbum The Köln Concert, gravado ao vivo na Ópera de Colónia em Janeiro de 1975, Keith Jarrett apresentava-se pela primeira vez a solo perante o público português. Estivera aqui em 1966, com Charles Lloyd e Jack DeJohnette, e mais tarde, em 1971, com Miles Davis. Em 1981, o velho Coliseu era um lugar desconfortável, ruidoso e fumarento. Keith Jarrett interrompeu a sua actuação logo aos primeiros ataques de tosse da plateia, voltou a ameaçar parar o concerto alguns minutos depois, e, por fim, completamente fora de si, pegou na toalha e saiu do palco. Durante mais de meia hora, milhares de pessoas aguardaram o seu regresso. Jarrett voltaria para uma actuação de um pouco mais de uma hora, quando uma parte do público já tinha abandonado a sala. A memória dessa noite irrepetível perdurou até hoje: uns pensam que foi um concerto falhado, outros que o pianista norte-americano teve uma prestação memorável. Seja como for, a verdade é que Keith Jarrett nunca mais voltou a Portugal.
O concerto que o trio de Keith Jarrett (expoente máximo do piano no jazz contemporâneo), Gary Peacock e Jack DeJohnette apresenta em Novembro no CCB, em estreia absoluta em Portugal, é sem dúvida o espectáculo mais aguardado pelos amantes do jazz e da música improvisada.
Criado em 1983, este trio tem percorrido o mundo e produzido registos discográficos de excelência. Tudo começou quando Jarrett e DeJohnette tocaram pela primeira vez juntos no quarteto de Charles Lloyd, com quem se apresentaram em Portugal em 1966 no clube Luisiana, fundado por Luís Villas-Boas. Entre 1970 e 1971 estes dois músicos integraram a banda de Miles Davis (regressando a Portugal para uma mítica actuação no Cascais Jazz), vindo a reunir-se a Gary Peacock aquando da gravação do primeiro registo deste contrabaixista para a editora ECM, em 1977.
Porém, seria necessário esperar até 1983 para que o trio se tornasse uma realidade, ano em que Keith Jarrett convidou o baterista e o contrabaixista para uma sessão de gravação de standards, designação dada ao cancioneiro norte-americano constituído por canções populares dos anos trinta, quarenta e cinquenta. Em contracorrente com o pensamento da época, orientado para a apresentação de originais, Jarrett pretendia provar que “a música nada tem que ver com o material que se toca, mas sim com o que os intérpretes podem fazer desse material”, o que conseguiu plenamente.
Desta sessão discográfica resultariam os três primeiros discos para a ECM: Standards, Vol. 1 e 2, e Changes. Desde então o trio já realizou diversos registos ao vivo para esta editora alemã, cada um deles gravado numa diferente cidade de referência mundial: Standards Live (Paris, 1985); Still Live (Munique, 1986); Changeless (US Tour, 1987); Tribute (Cologne, 1989); Standards in Norway (Oslo, 1989); The Cure (Nova Iorque, 1990), Tokyo’ 96 (Tóquio, 1996); Whisper Not (Paris, 1999); e Keith Jarrett at the Blue Note: The Complete Recordings (Nova Iorque, 1994). A magia deste trio mágico tem sido também captada em vídeo, podendo ser apreciada em três registos: Standards I (1985); Standards II (1986); Live at Open Theatre East 1993; e Tokyo Concert’ 96.
Nos últimos vinte anos o trio tem sido nomeado para vários prémios internacionais, incluindo cinco nomeações para os Grammy.
Fonte: CCB
Autor: Paulo Cardoso Ribeiro
arrett (expoente máximo do piano no jazz contemporâneo), Gary Peacock e Jack DeJohnette apresenta em Novembro no CCB, em estreia absoluta em Portugal, é sem dúvida o espectáculo mais aguardado pelos amantes do jazz e da música improvisada.
Criado em 1983, este trio tem percorrido o mundo e produzido registos discográficos de excelência. Tudo começou quando Jarrett e DeJohnette tocaram pela primeira vez juntos no quarteto de Charles Lloyd, com quem se apresentaram em Portugal em 1966 no clube Luisiana, fundado por Luís Villas-Boas. Entre 1970 e 1971 estes dois músicos integraram a banda de Miles Davis (regressando a Portugal para uma mítica actuação no Cascais Jazz), vindo a reunir-se a Gary Peacock aquando da gravação do primeiro registo deste contrabaixista para a editora ECM, em 1977.
Porém, seria necessário esperar até 1983 para que o trio se tornasse uma realidade, ano em que Keith Jarrett convidou o baterista e o contrabaixista para uma sessão de gravação de standards, designação dada ao cancioneiro norte-americano constituído por canções populares dos anos trinta, quarenta e cinquenta. Em contracorrente com o pensamento da época, orientado para a apresentação de originais, Jarrett pretendia provar que “a música nada tem que ver com o material que se toca, mas sim com o que os intérpretes podem fazer desse material”, o que conseguiu plenamente.
Desta sessão discográfica resultariam os três primeiros discos para a ECM: Standards, Vol. 1 e 2, e Changes. Desde então o trio já realizou diversos registos ao vivo para esta editora alemã, cada um deles gravado numa diferente cidade de referência mundial: Standards Live (Paris, 1985); Still Live (Munique, 1986); Changeless (US Tour, 1987); Tribute (Cologne, 1989); Standards in Norway (Oslo, 1989); The Cure (Nova Iorque, 1990), Tokyo’ 96 (Tóquio, 1996); Whisper Not (Paris, 1999); e Keith Jarrett at the Blue Note: The Complete Recordings (Nova Iorque, 1994). A magia deste trio mágico tem sido também captada em vídeo, podendo ser apreciada em três registos: Standards I (1985); Standards II (1986); Live at Open Theatre East 1993; e Tokyo Concert’ 96.
Nos últimos vinte anos o trio tem sido nomeado para vários prémios internacionais, incluindo cinco nomeações para os Grammy.
Fonte: CCB
Autor: Paulo Cardoso Ribeiro