PEDRO KHIMA

NOVO ÁLBUM

Pedro Khima está aí com um novo álbum a solo. Desta vez com uma boa máquina publicitária por detrás para o atirar para a ribalta.

Após um fracassado projecto com os Sally Luna, Pedro desta vez apresenta-se em nome próprio, a solo e em Português. A ajudar está o facto de quatro dos seus temas aparecerem já em séries televisivas e ter um bom apoio publicitário. Anúncios na televisão, passagem nas rádios e um site de design bastante agradável. O marketing está a funcionar em pleno.

Quanto ao disco, é algo já visto. Não querendo esmorecer os seus méritos, mas sem a máquina publicitária por detrás duvido que o público se apercebesse dele. São dez canções todas num mesmo registo monocórdico. Baladas acústicas, com forte componente do piano e uma voz esforçada mas tremendamente limitada – por comparação, o disco de FF, deste ano, com exactamente o mesmo cariz e registo, ganha claramente aos pontos, devido a uma frescura e jovialidade muito maior, quer do personagem, quer da voz. A de Khima, um timbre quase a cair no rouco, mas longe de uma profundidade de um Jorge Palma, sem sair do âmbito de oitava, mas longe dos trejeitos de um Sérgio Godinho. A voz de Pedro Khima diga-se o que se disser é fraca. Bastante. Mas tem o mérito de ter escola e estar a ser aproveitada ao máximo, num registo mais aproximado ao de um Tiago Bettencourt.
Ainda assim cansa um bocadinho e começamos a sentir que realmente falta poder. Khima poderia ganhar muito em arranjar uma parceira feminina para lhe sustentar as melodias e contrastar com ele. Não seria inédito, e como já provado pelos Silence4, algo que poderia resultar muito bem.

As letras estão bem construídas, apesar de não serem propriamente odes fantásticas. Os temas são recorrentes, o eu, o amor, as dúvidas, as incertezas, um caminho na procura de um encontro com o outro.

O disco é bastante homogéneo e, apesar de o tema em destaque ser “Esferas”, eu a escolher algo para realçar, aproveitava para destacar “Lugar”, “Pincel” e “De Alma Morta”, que me parecem as canções com mais complexidade interna e que ficam melhor no ouvido.

Em suma, um disco que não deixa muitas saudades, ainda assim, meritório do esforço e um bom (re) início. Mas esperamos muito mais e melhor para o próximo.

http://musicologo.blogspot.com

Autor: Tiago Videira