Rita Guerra

O NOVO DISCO – RITA (2005)

Já se escuta há algum tempo no nosso país o novo trabalho a solo da conceituada cantora Rita Guerra.

A verdade passa mesmo por aí. Rita Guerra já há algum tempo que se firmou no nosso panorama musical não como uma promessa mas sim como uma certeza. A sua poderosa voz já encantou muitos e prometia continuar a encantar. A cantora de duetos mais que brilhantes ao lado de Beto, ou que chegou a representar Portugal no festival de Canção de 2003, aparecia agora no mercado, lançada por um single badalado até à exaustão pela última novela da TVI.

E “Chegar a ti” era um tema forte. Era e é. Uma balada romântica acompanhada ao piano, daquelas que arrepiam a espinha em crescendo até a um clímax quase incontrolável, e onde Rita atinge das suas melhores performances. E perante tal cartão de visita a expectativa era muita.

E esse foi talvez o maior problema: uma excessiva expectativa. Na realidade o resultado final arrisca-se seriamente a ser mais um daqueles maravilhosos discos de “one hit wonder”, ou seja, de uma pérola só. Na realidade todo o disco é uma repetição dele próprio. Muitas baladas românticas, muito piano, algum puxar pela voz, muita entrega, mas nada de original, nada que nos permita transitar, ou fazer alternâncias de planos rítmicos ou melódicos. O estilo cansa ao fim de algum tempo, e mesmo após várias audições nada sobressai, a não ser o já referido “Chegar a ti”. E uma só canção é muito pouco para sustentar um trabalho inteiro. Pedia-se mais variedade. Pedia-se mais, para chegar a nós.

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Autor: Tiago Videira