RODRIGO LEÃO PORTUGAL, UM RETRATO SOCIAL
Rodrigo Leão igual a si próprio: num estilo claramente tonal e neo-clássico, reinventa o minimalismo e o dramatismo dos cenários pelos quais se passeia a realidade Portuguesa. O piano é o instrumento base e serve como corolário para acompanhamentos e solos de rara magnitude e poesia. O violino serve como um grito solista e sentido. O acordeão empresta o tom de pano de fundo com aura regionalista, numa combinação que fica sempre bem – quasi uma aproximação a Yann Tiersen, mas mais discreta. E assim crescem as melodias que ficam a bailar no nosso ouvido.
Por detrás, claro, alguns sons sintetizados muito leves e as cordas. As cordas sempre a emprestarem um coro e acompanhamento harmónico de base, ou por vezes os violoncelos e contrabaixos em tons de pizzicato agressivo (o café dos emigrantes) ou percussões inesperadas (Nós e os outros).
Mas o tom dominante é mesmo o do piano e violino já visto em “Cinema” e aqui revisitado na esmagadora maioria das faixas. Não sendo consensual, as pérolas do disco são entregues a “Gente diferente” e aos “Portugueses”.
Um fantástico álbum ambiente de alguém que já nos mostrou que sabe como se faz.
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Autor: Tiago Videira