THE GIFT EM SINTONIA

Com a recente edição do terceiro álbum de originais intítulado “Am/Fm”, o Inside recupera parte da entrevista públicada e realizada em Junho deste ano, com os The Gift.

Na altura, a banda de Alcobaça preparava-se para actuar na festa de aniversário da Antena 3, e decidiu gravar um vídeo com alguns fans, precisamente para o tema “Driving You Slow”, de forma a colorir a sua actuação no Coliseu dos Recreios.

Alguns meses depois, o panorâma é outro. Os The Gift já venderam mais de 10 mil cópias do recente duplo novo disco, estão há 3 semanas no top 10, e apresentaram recentemente as novas canções em Lisboa, no Teatro São Luiz, num concerto intimista e verdadeiramente memorável.

Com a afirmação fora de portas, como objectivo imediato, eis algumas linhas dessa entrevista, realizada no ínicio de verão com Nuno Gonçalves, que revelam a forma de estar deste núcleo fortemente criativo, natural de Alcobaça.

FORMA DE ESTAR EM PALCO

“É sempre estimulante tocar coisas novas. As músicas novas, mesmo que sejam inferiores em termos de qualidade, e comparando com as mais antigas, dão-nos sempre mais vontade de tocar, por essa razão da novidade. Já nos últimos concertos do “Film”, tocávamos algumas músicas novas, em Espanha alguns concertos tiveram sete músicas novas, e o que está programado para este ano, como o Sonar, será praticamente feito por novos temas… Vejo um concerto como um momento dos Gift, uma forma de mostrar o actual momento da banda, o presente. Se um disco fôr lançado em Outubro, em Dezembro já não será o presente. O presente da banda é os concertos, o dia à dia, a melhor maneira de espelhar o momento de uma banda será tocar coisas novas”.

A CONSAGRAÇÃO INTERNACIONAL

“…A ambição é sempre a mesma, que é chegar ao maior número de pessoas, e terá que passar obrigatóriamente para o estrangeiro, custe o que custar! Já passámos por muitas aventuras, muitos países, cerca de setenta concertos lá fora, mas ainda não conseguimos ter aquilo que queríamos, que é ter o disco distribuído. Quando isso acontecer poderemos tocar mais, fidelizar o público e ter mais espectadores para a nossa música. Neste momento o objectivo não foi atingido, mas vem aí uma nova etapa, um novo disco, e vamos ver…”

O PROJECTO LA FOLIE

Inside – Mantêm-se o conceito de produção caseira?

NG – Sim, caseira mas profissional. Temos o nosso estúdio e portanto não faz sentido irmos para outro lado. A edição de autor, à partida será também via La Folie, a editora dos Gift. Apenas temos de ter um apoio de distribuidora, que não temos em Portugal (“Film” – Universal). Mas fazemos questão é em realizar o melhor para os Gift, se for uma editora que não a La Folie, que seja. Tudo é ponderado.

I – Tinham também o objectivo, há cerca de dois anos, de lançar novos projectos através da La Folie…
G – Sim, mas foi logo posto de parte. Seis meses depois de começarmos a digressão do “Film” foi logo posto de parte, porque uma das coisas que nós criticamos nas editoras, é o facto de elas não darem o tempo devido às bandas que editam, e nós sentimos que podíamos cometer esse erro. Temos os Gift, que é algo em que nos interessa trabalhar, e nunca iríamos dar o tempo necessário a uma banda que viéssemos a editar. E por outra razão tínhamos de ter uma estrutura grande para trabalhar essas outras bandas, e neste momento não há capacidades de estrutura, de organigrama, de suporte a bandas novas que não os Gift. Daí o retirar dessa ideia.
O Clinic (Bar da abnda em Alcobaça), surge um pouco nesse sentido, não podemos editar uma banda, mas poderemos dar-lhes um palco. É uma óptima oportunidade para poderem vir aqui tocar, dentro de algum critério, de um selecção criteriosa mas que tem funcionado bem.

Pedro Miguel Vieira