VILHENA, TRAÇO E PALAVRA VERRINOSOS – II
ENTREVISTA TRIPARTIDA EM EXCLUSIVO PARA O ‘INSIDE’, A PARTIR DO LIVRO ‘A GARGALHADA DO RESISTENTE’ A PUBLICAR NO ÍNÍCIO DO PRÓXIMO ANO
Até ao 25 de Abril de 1974, Vilhena escreve cerca de seis dezenas de livros. Nesse ano, logo a 15 de Maio sai o primeiro número da Gaiola Aberta. Só então começou a preterir os livros, porque antes, para editar uma revista, tinha de a submeter à censura antes de ela sair para as bancas, assim como os poderes nunca autorizariam que ele fosse director, editor ou administrador de uma publicação periódica.
Para atalhar a este óbice, José Vilhena enveredara por publicar fascículos (uma revista em forma de livro ou um livro com características de revista) — estamos no tempo da Grande Enciclopédia Vilhena —, «organizados por ordem alfabética mas que era praticamente uma revista. Saía um número todos os meses, não tinha publicidade, aliás como as minhas revistas nunca teriam, mas para todos os efeitos era considerada como sendo um livro, logo a apreensão era sempre efectuada quando já estava à venda, como acontecia com os livros.»
O 25 de Abril apanha-o no sexto ou sétimo número dessa revista encapotada de livro, com todo um processo editorial montado, da criação à gráfica e impressão, com papel comprado, e deu-se então a transfiguração da enciclopédia em revista mensal assumida, com o título de Gaiola Aberta, quinzenário de mau humor, em jeito de homenagem às liberdades que Abril de 74 proporcionaram aos pássaros, que éramos todos nós, até então agrilhoados pelos ditames do Estado Novo.
Mas Vilhena cedo descobriu que também incomodava o poder surgido dos cravos na ponta das espingardas pelo que, após o número de Natal de 1974, a Gaiola Aberta foi suspensa durante 60 dias. Perante uma proposta de regulamentação dos meios informativos que, na prática, reintroduziria a censura, era publicado um editorial em que ironicamente aplaudia a medida, assim como um cartoon em que Correia Jesuíno, responsável militar por aquela área, afanava-se a desenterrar a censura de uma campa onde jazia desde Abril, depois de enterrada pelos ventos de liberdade que tinham varrido a imprensa portuguesa.
— Deu-lhe gozo poder então expor os ridículos da sociedade emergente, bem como da derrubada, sem os cuidados castradores — mas que também obrigavam a um maior denodo criativo para os ultrapassar — a que a censura o obrigava anteriormente?
— Naturalmente que aqueles primeiros tempos foram de absoluta festa e de reconhecimento pela acção dos militares de Abril, de que dei testemunho logo no primeiro número, que saiu a 15 de Maio desse ano, com Camões na capa lado a lado com Spínola, ou ao contrário, como se quiser, enquanto a velha guarda, Salazar, Hitler e Mussolini, era o mote das páginas centrais.
Mas os problemas com o poder não tinham terminado, pelo que ao fim de uma dúzia de números em liberdade a revista foi suspensa por algumas semanas, devido a umas graças que fez com o Conselho da Revolução. «Fui chamado ao Palácio Foz, onde me deram, mais uma vez, bons conselhos.
Estávamos naquela época quente e conturbada da revolução, quando se pensou em restabelecer a censura, por iniciativa de um comandante Correia Jesuíno e da 5.ª Divisão do MFA, e toda essa gente estava sediada no Palácio Foz, a casa do antigo SNI (Secretariado Nacional para a Informação) do Moreira Baptista. Felizmente que essas intenções não foram avante e para mim tudo se limitou àquela suspensão, que não me afectou em nada devido à periodicidade com que a revista saía.
— Qual foi a razão invocada para lhe suspenderem a Gaiola Aberta num tempo que se supunha de amplas liberdades democráticas?
— A desculpa que me deram foi de que tinha publicado uma caricatura da rainha Isabel II, de Inglaterra, um chefe de Estado, que eu não podia criticar. Naturalmente que eles estavam-se borrifando para a rainha de Inglaterra, o que lhes dizia respeito e que estava patente nesse mesmo número da revista é que os tinha chateado bastante.
Efectivamente, a Gaiola Aberta constitui, para as actuais gerações, um espelho dos acontecimentos políticos e sociais que se sucederam em ritmo acelerado pelo país. Ler essas revistas na actualidade, a 30 anos de distância, constitui uma aula de história contemporânea, contada por um olhar bem informado, que viu esse esforço recompensado com tiragens que chegaram aos 150 000 exemplares, número extraordinário para a época se tivermos em conta que, por exemplo, o Tempo, nos seus dias de glória e vigorosa militância anti-PREC, raramente terá chegado a uma tiragem tão significativa — e neste caso estamos a falar de um revista de índole basicamente humorística, apesar de os retratos da época que nela ficaram gravados constituam um manancial único para uma certa História de Portugal que sem eles ficaria certamente incompleta.
Na Gaiola Aberta, Vilhena usa e, para alguns, abusa da técnica da fotomontagem e com ela elabora o seu folhetim PIDE, uma fotonovela sobre a polícia política do regime. Todos os políticos passaram sob a mira certeira do humorista, para quem, a dada altura, o seu alvo de predilecção seria a cronista social do antigo regime, Vera Lagoa, posterior directora do semanário de direita pura e dura O Diabo. Ela era, para si, como o bei de Tunes era para Eça de Queiroz, que quando lhe faltava tema zurzia no dito cujo. Sempre que podia, Vilhena atacava o alegado oportunismo político de Vera Lagoa que, como tantos outros, transpuseram melhor ou pior o período do Estado Novo até ao pós-25 de Novembro de 75, passando de alguma forma incólumes pelas agruras revolucionárias.
— Porquê esta relação assanhada contra a Vera lagoa, se existia tanta gente igualmente merecedora dos seus favores?
— Não sei bem, talvez porque foi uma fulana que sempre se adaptou muito ao poder: era fascista no tempo de Salazar e Caetano, foi ‘prafrentex’ nos tempos da revolução e contra-revolucionária depois de Novembro de 75, ou seja, foi-se adaptando às épocas em que vivia. Por outro lado, era uma figura muito conhecida dos meios sociais, razão por que já tinha feito um livro sobre ela, chamado Bisbilhotices, como a secção em que ela escreveu num jornal, durante muito tempo. Ela fez mesmo uma crítica elogiosa à minha revista (aqui passamos a italizar o termo quando se refere ao teatro e não à imprensa) Lisboa Acordou, em que dizia que tinha sido escrita por um tipo que a chateava frequentemente, mas separava isso daquele trabalho em si.
Porém, a fotomontagem causou-lhe alguns problemas graves. No número 105, em Novembro de 1981, Vilhena fez uma em que apresentava a princesa do Mónaco numa pose pouco digna. Era uma paródia a um anúncio de uma marca de brande nacional em que Carolina aparecia com uma cálice daquela bebida entre pernas. O principado processou o humorista, exigindo 400 mil dólares, num processo que se arrastou ao longo de vários anos, alimentado por advogados nacionais interessados em tirar dividendos da situação, já que a revista não era obviamente distribuída no Mónaco e ainda menos teria oportunidade de ser lida pela visada. Neste caso de coturnos internacionais a queixa só veria o seu epílogo graças ao empenhamento do advogado Luís Francisco Rebelo, que acabou por resolver a questão de forma satisfatória, pelo menos para o réu.
A este propósito, diria o humorista: «Não acredito que a princesa se tenha levantado um dia da cama e tenha pedido: Dá-me aí a Gaiola Aberta.» E porque não? Se até figuras gradas do nosso jet set, pelos vistos, se comprazem na leitura das suas publicações ao ponto de processarem o humorista por as fotomontar, nalguns casos com evidente exagero e benefício dos seus verdadeiros ou presumíveis atributos…
Contudo, pouco tempo depois, Gaiola Aberta terminaria a sua publicação, apesar de nada ter a ver com o sucedido. Vilhena voltaria ao ataque mais tarde, com o Fala Barato.
Aliás, num exercício de vitimização que lhe é peculiar, n O Fala Barato, Vilhena refere-se nestes termos ao real processo que o visou:
«Aqui se conta a sórdida e verdadeira história de uma rica princesa do Mónaco que tentou extorquir as parcas economias a um pobre cidadão português que não tem onde cair morto”, prosseguindo nas páginas interiores: «A Princesa Golpista, ou de como Rainier III do Mónaco e sua filha D. Carolina, encontrando-se à rasca de massas, resolveram sacar uns centos de milhares de dólares a um país insolvente e crivado de dívidas e a um publicista e editor tecnicamente falido. Anda tudo ao mesmo!».
Saltando um pouco no tempo, por forma a agregarmos o mesmo tema nestes parágrafos, lembremos os processos de que José Vilhena foi vítima, mais uma vez devido a fotomontagens de figuras públicas, sob o pretexto de abuso da liberdade de imprensa, publicadas, contudo, com a menção expressa de que eram efectivamente fotomontagens — por pior passou recentemente Fernanda Serrano, com o famoso vídeo pornográfico que circulou na Internet em que supostamente era tida como a protagonista.
Neste caso, chegaram-se à frente figuras como Bárbara Guimarães (que desistiu do processo), Catarina Furtado (a quem Vilhena pagou umas centenas de contos de réis), Cristina Caras Lindas (que também viu ressarcida a sua honra com algumas notas de mil), Margarida Marante (cujo processo decorrerá em Dezembro de 2003 e que «nem sequer estava nua, na praia andará muito mais carente de revestimentos do que como ali a retratei, mas os 20 mil contos que reclama dão muito jeito, seguramente!…») ou Margarida Pinto Correia (que viria a desistir).
— vejam só que galeria! Muitas outras, como Maria Elisa ou Edite Estrela, Sofia Aparício ou Ana Malhoa, não tugiram nem mugiram, e pela sensatez denotada ficam aqui vertidos, em letra de forma, os seus nomes.
Se algumas desistiram posteriormente do processo movido, denotando, ainda que tardiamente, algum fair play (haviam de viver na velha Albion, onde nem a família real escapa às mordazes montagens fotográficas, que aí é que veriam o bom e o bonito!), outras não abdicaram das parcas (mas gravosas para o visado) centenas de contos exigidos a título de indemnização por danos morais. Entretenha-se agora o leitor a avaliar quem acabou por demonstrar algum bom senso e quem andava desesperada por melhorar a corriqueira ração quotidiana.
Aliás, «na Gaiola Aberta fiz centenas de fotomontagens de políticos e não só, os desgraçados andavam sempre fotomontados, não tendo tido a mesma reacção, porque compreendiam que tratava-se apenas de humor, não tinha nada de desprestigiante».
— Que tipo de público pensa que era e é o seu, de acordo com o retorno que tem, seja por carta, telefone ou e mail, mais recentemente? É isso que o faz correr neste contacto mensal com os seus leitores?
— Hoje é mais através de e mails, mas antes recebia muitas cartas. Mas não era isso que me motivava, era mais o hábito ou o vício que fui adquirindo. O público é muito heterogéneo, pois dado que apenas há uma revista humorística no nosso país, há sempre alguém, de qualquer estrato, interessado em lê-la.
É um facto, hoje não tenho concorrência, sou dono de um monopólio. No tempo de O Mundo Ri havia uma dezena de títulos humorísticos, o Cara Alegre, o Sempre Fixe, Os Ridículos, A Bomba, etc., e o certo é que vendiam, mas hoje ninguém se atreve a lançar uma revista ou jornal de humor. Acabam ao fim de dois ou três meses, porque criam um staff muito pesado — têm de ter um local, telefones, empregados, e toda essa equipa custa muito dinheiro. As minhas revistas têm sobrevivido porque não tenho despesas desse tipo. Mas, por outro lado, também não tenho publicidade, que é o que suporta as revistas e jornais que por aí se publicam.
A propósito, o director da censura disse-me um dia — eu acabava por ter me dar com esses tipos: Estou admirado consigo. Você tem uma revista (O Mundo Ri) que vive do favor do público!. Isto porque quem permitia que ela continuasse a existir era o público que a comprava e não as agências de publicidade.
— Considera efectivamente que o seu humor de bolso, como disse Rui Zink, chegava e chega aos mais díspares escalões sociais ou tem um público-alvo específico?
— Os livros, para terem algum sucesso económico, têm de se dirigir a um leque muito diversificado de pessoas, desde o intelectual ao quase analfabeto. Daí que eles tivessem de ser compreensíveis, evitando palavrões difíceis — a dada altura tinha uma empregada a quem eu dava os livros a ler e que sublinhava as palavras que não percebia, que eu substituía por termos mais acessíveis — se não as pessoas perdiam o interesse em continuar a leitura.
— Sector que ainda hoje merece cuidados especiais na sua abordagem por parte dos humoristas nacionais é a Igreja. Consigo, todavia, não parece ter havido grandes fricções, apesar de com frequência não evitar fazer o contraponto dos vícios privados face às públicas virtudes dos clérigos…?
— Bem, já nos tempos da Gaiola Aberta, e mesmo antes, a propósito dos meus livros, eu tive alguns padres que tentaram converter-me, na sua boa fé. Mas até tenho assinantes que são padres, que já antes apreciavam os meus livros, porque eles percebem bem aquilo a que neles me refiro. Por exemplo, quando abordo os evangelhos, para muitas pessoas a piada é linear, é aquilo que está ali, enquanto eles sabem ler os subentendidos, já que conhecem a história verdadeira que me serve de base, por isso até acham mais piada.
— De que forma o tentavam converter? Com bons conselhos ou vituperando-o ferozmente?
— Escreviam-me, o que ainda fazem de vez em quando, quer padres quer umas senhoras de bons princípios. Ainda recentemente uma começava assim a sua epístola: ‘Não sei como é que o senhor consegue dormir descansado!’ Mas era uma carta simpática, de aconselhamento… O curioso é que para me condenarem têm de ler o que escrevo, não conseguindo eu compreender em que contexto é que o fazem.
— Processos nunca lhe moveram, por desrespeito a figuras religiosas…?
— Não, a Igreja não envereda por aí… Creio mesmo que há muito que não há processos contra qualquer escritor, mesmo dos que falam a sério das coisas e são manifestamente anticlericais. Eu fiz muitas caricaturas do antigo bispo de Lisboa, D. António, pelo lugar que ocupava na hierarquia católica, e que ao que parece era uma pessoa que se dava muito com o sexo oposto, tinha muita saída entre as mulheres. Era, pois, um bon vivant, o que não tem nada de depreciativo, para mim até era uma figura simpática por isso mesmo.
— Quanto ao cardeal Cerejeira, nos tempos do salazarismo, também arriscou algumas incursões escritas ou desenhadas contra essa controversa figura da Igreja nacional?
— Sabe, meter-nos com o Cerejeira era quase pior do que com o próprio Salazar, já que ele era um dos pilares do poder de então. E a censura percebia-o perfeitamente e tinha muito medo de ser de alguma forma permissiva ou mais liberal no que respeitava às figuras da instituição eclesiástica. Eles próprios diziam que se deixassem passar determinadas piadas visando a Igreja no dia seguinte tinham um ror de protestos e queixas, isto apesar de muitos deles pouco terem de católicos. Eram, por formação, coronéis da tropa e não protegiam a Igreja pelas suas convicções mas pelo medo que tinham das consequências de algum laxismo no seu crivo quanto às piadas a esses senhores.
Os ataques aos eclesiásticos não são quase nunca pessoais e Vilhena chega até a mostrar simpatia pelos bispos mais progressistas. Também não se mostra avesso à figura de Cristo. Os ataques e as brincadeiras dirigem-se, preferencialmente, contra prelados abordados pela negativa (gordos, concupiscentes e cúpidos), envolvendo com alguma frequência freiras de carnes fracas na relutância em combaterem o pecado, mas ergonomicamente esculturais.
E tanto assim é que uma das suas ideias para o futuro prende-se com uma figura já visada nas suas publicações, soror Mariana, «que se presta muito a uma abordagem satírica e humorística. E penso basear esse livro fazendo uma paródia mais ou menos erótica às suas cartas, que efectivamente não serão suas, já que devem ter sido escritas em Paris por um gajo qualquer, mas que está identificado, e só depois é que foram traduzidas para português com o título Cartas de uma Freira Portuguesa. Mas os filólogos conseguem saber perfeitamente quando um original é escrito numa língua ou noutra e só depois é traduzido, há processos que o permitem.
Jesus, na versão revista e aumentada de José Vilhena, anda por uma Galileia sob o jugo romano mas onde há televisão, onde se pratica nudismo nas praias do mar Morto e onde se sucede um conjunto de parábolas em que Cristo é a personagem central de um novíssimo testamento iniciado há mais de duas décadas na Gaiola Aberta. Uma selecção de textos do Novíssimo Testamento, enquadrados por outros em primeira mão, foi mesmo editada em livro com o título O Evangelho Segundo José Vilhena, prosseguindo ainda hoje, na sua revista mensal, com as Conversas de Deus e o Diabo.
— Separa, definitivamente, a instituição e a hierarquia que se construiu à volta de Cristo da personagem em si, pelo menos como ela nos chegou até aos nossos dias…?
— Muitas vezes faço pior, ao que pouca gente se atreve, que é criticar a própria religião em si, enquanto fenómeno. Muitas pessoas são ferozmente anticlericais, como é o caso do Eça de Queirós, que se fartava de zurzir nos padres, mas que, contudo, nunca ia ao âmago da questão, pondo em causa a instituição religiosa ou a figura de Jesus Cristo, que habitualmente aparece como uma figura simpática e honesta — os que o rodeavam, e que ainda hoje usam a sua imagem, é que eram execráveis.
Sempre considerei que Jesus Cristo se esforçava por ser um tipo decente, apesar de se saber muito pouco da sua vida e obra, aventando mesmo a hipótese de ele nunca ter existido, pelo menos com as características que lhe atribuem. S. Paulo, o intelectual ou o relações públicas dos apóstolos, é que inventou a religião cristã. Nessa época pessoas que faziam milagres enxameavam aquelas paragens, da mesma forma que hoje campeiam os astrólogos, bruxas e videntes. As pessoas recorriam aos seus serviços e eles, porque conseguiam ter algum poder sobre elas, lá curavam ou aliviavam as suas mazelas.
O interessante seria descobrir-se como ele era de facto, o que realmente fez e disse. Havia quem dissesse que não era aquela figura esbelta e agradável que se pinta, mas um tipo rude, em que o que sobressaía era a sua capacidade de argumentação e a simpatia pessoal.
Vilhena ‘dixit’
Sinceramente não achamos justo que agora nos façam esperar outros quatro anos para que apareçam novos indícios do crime de Camarate.
Como é possível ser-se contra o strip-tease neste país onde os políticos passam a vida a mostrar o cu?
As guerras tornam os homens fortes e viris… excepto se eles voltam de lá sem os tomates.
Sinceramente não entendemos: porque é que um tipo quando se chateia com outro começa logo por lhe insultar a mãe?
A morte: aí está uma das poucas coisas chatas que nunca me aconteceu.
Uma boa parte das pessoas que se divorciam é para poderem casar.
Um solteirão é aquele tipo que tem o direito de se chatear como lhe apetece.
Agora que, comprovadamente, somos todos convictos anticomunistas, parece ter chegado a altura de reabilitar a PIDE.
Queiramos ou não, as melhores mamas que vemos na televisão são as da publicidade.
Quanto mais alargarmos a mentalidade, mais comprimimos os princípios.
Na Idade da Pedra os calos eram o meio mais eficaz para se elaborar o boletim meteorológico.
Terminada que foi a Guerra Fria, estamos a viver uma paz bem quentinha. Sobretudo em África.
Portugal é um Estado de direito, governado por homens de direita e quase todos formados em direito.
O sol quando nasce é para todos, mas, nas praças de touros, a sombra é só para alguns.
Se um sapato apertado pode transtornar um homem, muito mais o transtornará uma dessas incríveis minissaias coladinhas ao cu.
O Deus que fez os homens nada tem a ver, obviamente, com o Deus que os homens fizeram.
Não é assim tão difícil convencermos alguém; basta mudarmos as nossas ideias.
O único resultado evidente de certas reuniões de trabalho são os cinzeiros cheios de beatas.
Os nossos políticos, das duas uma: ou não são capazes de nada ou são capazes de tudo.
Apesar de membros de pleno direito da CE, o prato favorito de 90 por cento dos portugueses continua a ser «comida».
Se Deus Pai é infalível, Cristo não o foi. Teve até que fazer um Novo Testamento.
As mulheres que se queixam de «não terem que vestir» são, afinal, as que gostam de andar mais despidas.
Autor: Luís Guimarães