TOMIE HAHN IMPRESSIONA LISBOA
CONCERTO DE MÚSICA “SENSORIAL”
Foi na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa e o Inside presenciou tudo para lhe contar como foi.
Na sequência de um tríptico de Workshops em música e tecnologia organizados pela UNL, decorreu ontem um concerto de encerramento inédito em Portugal.
Curtis Bahn, Tomie Hahn e Don Trueman, protagonizaram diante do público uma manifestação de surrealismo quase inédita em Portugal, espantando a audiência.
O Primeiro a entrar em palco foi Don Trueman, professor em Princeton e regente da famosa laptop orchestra, com um instrumento construído por si. Este consistia num icosaedro de altofalantes, pintado e decorado pela sua mãe, apetrechado de sensores aos quais era aplicado um arco de violino, também ele carregado de sensores e programados por um computador Macintosh. Assim, o performer, conseguia extrair do seu arco sons, melodias e ruídos sintetizados completamente originais e controlados por um interface inédito.
Seguiu-se, um pouco na mesma linha, Curtis Bahn, com o seu Sitar indiano, também ele, armado com sensores e ligado ao computador. Também de forma muito pouco convencional, sons estranhíssimos ressoavam de um normal instrumento acústico modificado a seu bel prazer, dando-nos uma aura de futuro.
Porém, o momento alto da noite, foi mesmo a entrada de Tomie Hahn: a bailarina e etnóloga, vestida e pintada de Japonesa, e equipada com acelerómetros, dançou criando música. É que aqui tudo funciona por feedback: os movimentos da performer criam a música e por sua vez a música criada orienta Tomie no sentido de fazer outros movimentos que por sua vez geram mais música. Nas suas palavras “A certa altura não sei se sou eu que controlo a dança se é a dança que me controla a mim”.
Um cheirinho da música do futuro numa noite calma de Lisboa.
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Autor: Tiago Videira