6º Concerto do ciclo MUSEU DA MUSICA
13 DEZ . 22H00Concerto de Guitarra Portuguesa por Hugo Claro | Apresentação do Álbum “Rua do Tempo” Hugo Claro (voz e guitarra portuguesa). Acompanhamento de Gonçalo Nunes no baixo e Sérgio Figueira na guitarra clássica.Breve biografia: Hugo Claro é músico compositor, vocalista e multi-instrumentista. Com um percurso variado nas áreas da música, artes plásticas e poesia, começou a compor aos 16 anos, altura em que iniciou a prática da guitarra clássica. Desde então fez parte de vários projetos musicais. Toca guitarra Portuguesa desde 2009, desenvolvendo uma técnica própria na abordagem do instrumento. http://hugoclaro.eu/rua-do-tempo/
14 DEZ, 18H00 | ENTRADA LIVRE
6.º CONCERTO “UM MÚSICO, UM MECENAS”
6º e último concerto do Ciclo com instrumentos históricos “Um Músico, um Mecenas”. Raquel Cravino (violino), Nuno Cardoso (violoncelo) e José Carlos Araújo (cravo) interpretam Carlos Seixas. Desta vez estarão em destaque um violoncelo e um violino que pertenceram ao Rei D. Luís, dois exemplares soberbos do séc. XVIII do luthier português Joaquim José Galrão. Serão acompanhados pelo Cravo Antunes.
O evento contará ainda com o lançamento de CD de Carlos Seixas gravado no Pianoforte van Casteel da colecção do Museu da Música, na comemoração dos 250 anos deste instrumento histórico!
O ciclo regressa em 2014!
OS INSTRUMENTOS EM DESTAQUE pertenceram a D. Luís e faziam parte da Colecção da Casa Real Portuguesa, Palácio Nacional da Ajuda:
MM 75 – o violino é de 1780 (conforme etiqueta no interior do instrumento)
MM 40 – o violoncelo é de 1769 (conforme etiqueta no interior do instrumento)
JOAQUIM JOSÉ GALRÃO: o luthier obscuro
Joaquim José Galrão foi um fabricante muito hábil de instrumentos de cordas que teve a sua oficina em Lisboa durante o séc. XVIII. Destaca-se de todos os outros construtores pelo requinte dos instrumentos que produziu, mas sobre a sua vida não sabemos praticamente nada.
Segundo Christian Bayon, reputado luthier de violoncelos e violinos estabelecido em Lisboa e conhecedor profundo da colecção do Museu da Música, Galrão foi, sem sombra de dúvidas, o melhor construtor português de violinos e violoncelos do séc. XVIII. A sua arte revela que não era autodidacta, mas não existe nenhuma pista sobre o país onde terá aprendido. No entanto, tanto o estilo de construção como a presença, à altura, de músicos italianos na Capela Real, sugerem Itália como uma boa hipótese.
Christian Bayon procurou, ao longo dos anos, localizar outros instrumentos do mesmo construtor, para tentar desvendar este mistério, e examinou ao todo dez exemplares: os cinco da colecção do Museu da Música (dois violinos, dois violoncelos e uma viola), um violoncelo que se encontra no Conservatório de Lisboa, um violino do Conservatório do Porto e mais três exemplares de particulares, um deles localizado em Espanha.
O violino MM 74 da colecção do Museu da Música é o instrumento mais recente que se conhece deste construtor (data de 1794) . Bayon descobriu também um documento de 1797 onde é mencionado o construtor Diniz (aluno de Galrão), como o representante da oficina estabelecida em casa da “viúva Galrão”. O violoncelo do Conservatório de Lisboa é em tudo semelhante ao violoncelo Diniz da colecção do Museu da Música, o que prova a aprendizagem de Diniz com este mestre. Galrão terá então falecido entre 1794 e 1797.
No Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes de Ernesto Vieira (edição de 1900), podemos ler: “Apezar de serem estimadíssimos e cotados por elevado preço os raros instrumentos de Galrão que teem apparecido, viveu elle bem obscuramente, pois que ainda não pude obter a seu respeito a mais insignificante noticia biographica. Apenas poderei, por agora, reproduzir o que se sabe pelos disticos dos instrumentos, nos quaes se lê a data em que os construiu (…)
No museu de el-rei o senhor D. Carlos, creado por seu fallecido pae, guardam-se com grande estimação dois violinos, uma viola e um violoncello d’este fabricante, que tem a seguinte etiqueta: Joachim Joseph Galram, fecit Olesiponae 1769”.
Autor: pires