FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
_____
BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
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SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consi
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
go. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira desc
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
olou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melho
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
r mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalist
FESTIVAL SUDOESTE TMN 2007
O MAIOR FESTIVAL DE VERÃO ESTÁ REPLETO DE BOAS SURPRESAS!!
2, 3, 4 e 5 de Agosto na Zambujeira do Mar
CARTAZ DE 4 DE AGOSTO:
PALCO TMN
GROOVE ARMADA
THE STREETS
SAM THE KID
SÉRGIO GODINHO
AIR TRAFFIC
AUSTRALIAN PINK FLOYD (After-Hours)
PLANETA SUDOESTE
KOOP
PATRICK WOLF
SONDRE LERCHE
SONIC JUNIOR
VANESSA DA MATA
TIAGO BETTENCOURT
ETA CARINAE
POSITIVE VIBES
SOUNDS PORTUGUESES
SAIAN SUPA CREW
MARTIN JONDO
STEPACIDE
*ARTISTAS*
PALCO TMN
GROOVE ARMADA | O Festival Sudoeste TMN sempre recebeu de braços abertos artistas carregados de grandes “beats” e “grooves” para animar as multidões
nas noites de Agosto. Assim, nada mais acertado do que dar as boas-vindas aos Groove Armada. Estes dois ingleses, baptizados Tom Findlay e Andy Cato, gravam e actuam sob o nome Groove Armada desde 1996. E fazem-no muito bem, criando temas que nos pegam pelos pés e não nos largam. São big beat? São.
Fazem techno? Sim. E tocam house? Mas claro. E no entanto… Ostentam orgulhosamente um som próprio, que é só Groove Armada. Intenso mas elegante.
Ultradançável mas com muita cabecinha. A escolha de colaboradores é impecável, pelo que as vozes que colocam nas suas bases instrumentais são sempre infecciosas. Quem não se lembra da insinuante Grandma Funk, MC da
Manumission (superdiscoteca de Ibiza) que derrete “I see you baby”? Em 2007, a Armada do Groove está de volta aos discos, e o seu melhor cartão-de-visita é “Get down”. O título diz tudo, e o som não falha. A 4 de Agosto, ao som de Cato, Findlay e sua banda, todos receberemos ordens para “shake” o nosso colectivo “ass”. É bom que aceitemos o repto.
www.groovearmada.com
THE STREETS| Mike Skinner não seria a primeira escolha para uma representação da Inglaterra (sub)urbana deste início de século. Mas olhando para lá dos seus tenros 26 anos, da sua figura franzina e aparência discreta, vemos que carrega em si, tal como muitos outros, os empregos
abaixo de Mac, os jantares de “take aways” de restaurantes indianos manhosos, as tardes em salas de jogos a tentar engatar miúdas de saias para lá de curtas. A diferença é que Skinner, sob o pseudónimo de The Streets, transpôs estas paisagens sociais para música. Com três álbuns no bolso, conseguiu uma mistura quase mágica de hip hop, drum’n’bass e garage que actualiza de forma intrinsecamente britânica as referências negras que foram inundando a consciência musical das terras de Sua Majestade. Neste 2007 em que vem encher o palco principal do Sudoeste TMN, Mike já é milionário, mas
não é um homem em paz consigo. Os fatos dos melhores alfaiates de Londres vestem um homem que canta de forma metronómica, a tentar esquecer… até que chega a uma balada minimalista e percebemos que há ainda esperança no seu coração.
www.thestreets.co.uk
SAM THE KID | Longo, penoso, polémico e ainda sem certeza de chegar a bom porto. Assim tem sido o percurso do hip hop nacional. Mas, mesmo assim, há já nomes incontornáveis e, para mal dos seus pecados, tendencialmente consensuais dentro do meio. Dentro desse restrito punhado, aparece Samuel Mira.
Ou melhor, Sam The Kid. Sam é diminutivo de Samuel. Miúdo, já não é, embora a placidez da sua face pudesse induzir em erro. Tem 26 anos, e lança álbuns desde 1999. Discos em que mostra como se pode ser (quase) auto-suficiente, gravando em casa a partir de vinis, CDs, gravações de programas de televisão, telefonemas. Tudo, desde que daí possa tirar uma batida, uma palavra, um sentimento. Pepitas que vai retirando de uma mina,
para juntar em filigranas musicais que escavam no amor e no ódio. No cinzento de um bairro, de uma cidade, de um país. Na indiferença que Sam sentia na pele enquanto artista e rapper, mas que, afinal, poderá já ser mais um passado do que um presente. Com o último álbum, “Prática(Mente)”, Sam The Kid passou para o lado dos poetas que reformulam a língua portuguesa. Não no karaoke, como comenta Sam na faixa-farol do disco, mas ao vivo, no momento, na garganta aberta e sentida.
www.myspace.com/samthekid
SÉRGIO GODINHO | Quatro de Agosto não será um dia qualquer. Quatro de Agosto será o dia em que Sérgio Godinho sobe ao palco principal do Sudoeste TMN 2007. Aí estará um dos artistas fundamentais na história da música
portuguesa das últimas quatro décadas. Um alquimista das palavras, um artesão do canto, um designer meticuloso das músicas. Não é necessário qualquer pretexto para se assistir a um concerto deste “irmão do meio” do meio musical nacional – mas há mais uma razão adicional: o último, e brilhante, “Ligação Directa”, um álbum de originais que demorou seis anos a surgir. Para além de “novos clássicos” como “Às vezes o amor”, Sérgio
Godinho colocará a mão na sua enorme bolsa de canções, e revisitará palavras e melodias tatuadas na alma portuguesa. Algumas em formas canónicas, outras
em arranjos contemporâneos – sim, que Sérgio Godinho tem essa dualidade deliciosa: mantém um pé na fidelidade ao que gravou em disco, mas não desiste de por vezes mudar radicalmente as suas obras. De qualquer forma,
estarão reunidos os ingredientes para uma sucessão de grandes momentos. Um artista português de excepção, um público apreciador, e um festival que promove grandes encontros. Vamos ao encontro de Sérgio.
www.pflores.com/sergiogodinho
AIR TRAFFIC | A história acontece vezes e vezes sem conta por terras da Grã-Bretanha: quatro jovens de uma cidadezinha da província formam uma banda, querem a fama e o proveito, deslocalizam-se para Londres, conseguem uma minúscula edição de um single, são descobertos por um DJ influente, assinam por uma editora “major” e tornam-se a “next big thing”, por onde
passa (algum do) futuro do rock. Demos os “nomes aos bois”: a banda chama-se Air Traffic, vêm de Bournemouth, e quem lhes deu a mão após ouvir o single “Just abuse me” foi Steve Lamacq, da BBC Radio – já assinaram pela EMI. A canção, para além do título apelativo, mostra bem o “template” destes controladores de tráfego aéreo: indie rock de boa cepa, propulsionado pelo piano e com cuidados na produção. Quando chegarem ao Festival Sudoeste TMN
já trarão editado o álbum de estreia e mais um single de perdurar na orelha, “Charlotte”. Trarão consigo muitas canções de boa cepa, muita vontade de mostrar que vão chegar longe. É que a história acontece vezes e vezes sem
conta por terras da Grã-Bretanha, e por vezes os quatro jovens da cidadezinha de província são mesmo uma bela descoberta para o grande mundo.
Querem apostar que isso vai acontecer aos Air Traffic, mesmo à nossa frente, na Zambujeira?
www.air-traffic.co.uk
AUSTRALIAN PINK FLOYD | Pink Floyd no Sudoeste TMN??? Sim!!! Todos juntinhos, Roger Waters, David Gilmour e companhia? Bem, não. Mas não há problema. Se Waters e Gilmour não conseguem fazer as pazes e marcar a mais aguardada reunião de supergrupos, ficamos então com os Australian Pink Floyd. Uma banda de tributo, sim, mas que soa tão bem como os verdadeiros Floyd. Que dizemos? Tão bem? Segundo testemunhos oculares, e auditivos, são melhores que os originais. Como o nome indica, são originários da Austrália – as capas dos álbuns dos Floyd transformadas com o logótipo de um canguru
são impagáveis. Estão juntos desde 1988, mas apenas quando se radicaram em 1993 no reino Unido a carreira descolou. E de que maneira: já tocaram no famoso Royal Albert Hall londrino. E na festa dos 50 anos de David Gilmour.
Os Australian Pink Floyd são, na realidade, uma grande obra de amor, uma imensa celebração de um dos maiores filões de música dos anos 70 e 80. Pelo palco principal do Festival, na madrugada de 4 de Agosto, o grupo pode
escolher de entre os vários álbuns que sabe de cor, e tocar, por exemplo, canções de fogueira para milhares como “Wish you were here” ou “Money”. Para cantar em boa companhia.
www.aussiefloyd.com
PLANETA SUDOESTE
KOOP | Em 12 anos de carreira, o duo sueco Koop apenas editou três álbuns de originais. Não admira: Oscar Simonsson e Magnus Zingmark fazem tudo em formato de corte e cola com samples. Tudo o que se ouve a nível
instrumental, ou seja, os beats, as cordas, os sopros, é cuidadosamente escolhido na sua imensa colecção de discos e bases de sons, e depois carinhosamente conectado para fazer canções. Só as vozes são “genuínas”,
cortesia de várias vocalistas convidadas. E todo este processo demora muito tempo. Os Koop acabam, então, por ter nas mãos álbuns que parecem pequenas sinfonias orquestrais. Nas primeiras abordagens, estavam mais próximos das paragens electrónica/ambient/chill out; no último “Koop Islands”, rumaram para mais longe, para as Caraíbas da primeira metade do século XX, e pediram
emprestadas percussões selvagens e ritmos em cavalgada. Quanto aos próprios Koop, não têm dúvidas: ”Criamos jazz. É tão simples quanto isso. Não conseguimos fazer pop, electrónica ou techno, simplesmente não somos bons
nisso. Sabendo isso, aceitámos que basicamente podemos fazer tudo o que nos vier à cabeça.”
www.myspace.com/koop
PATRICK WOLF | Patrick Wolf tem apenas 23 anos, mas, e parafraseando uma velhinha canção de Suzanne Vega, “a sabedoria dos seus olhos nega o número dos seus anos”. Porque desde muito cedo, mais exactamente desde os 12 anos, este irlandês começou a mostrar dotes para uma muito variada excentricidade artística. A saber: brincadeiras com velhos teclados e theremins, cantigas
de rua com troupes de perpetradores de “white noise”, aulas bem académicas de violino. Os resultados de tudo disto estão registados em três álbuns que desafiam catalogações, mas a que dificilmente resistem aqueles que gostam de saborosas canções (compostas pelo próprio Patrick) em que a luxúria e a voluptuosidade surgem por entre os espaços deixados livres pelas nuvens de teclados e cordas. Passagens rítmicas inesperadas e uma voz que se deixa vergar aos seus mais íntimos desejos e fantasias completam o naipe. No Festival Sudoeste TMN, Patrick Wolf ainda estará tomado de grandes amores com o seu recente álbum “The Magic Position”. O título, ao que consta, é retirado do clássico livro indiano “Kama Sutra”. Prevê-se tempos de sensualidade sonora deste “lobo” por terras alentejanas.
www.patrickwolf.com
SONDRE LERCHE | Mais um jovem prodígio a desafiar catalogação. E da Noruega.
Chama-se Sondre Lerche, e traz debaixo do bolso recordações muito diversas.
Os clássicos pop dos compatriotas A-ha que os irmãos mais velhos tocavam na aparelhagem. As aulas de viola clássica. Os concertos em formato acústico que dava em bares ainda adolescente. E, por fim, os álbuns que já lançou. As chamadas “Duper Sessions” mostram o seu lado mais convencional, jazzy, com baladas subtis em formato tradicional e embrulhadas em swing e belas orquestrações. Mas já o último “Phantom Punch”, gravado com a sua banda Faces Down, é uma dose impressionante de energia. Onze canções de espírito punk gravadas num “take”, irrequietas e repletas de guitarras. A inspiração para esta última encarnação proveio de ter passado muitas noites do ano passado a fazer primeiras partes de Elvis Costello. Nas palavras do compositor, cantor e guitarrista de Bergen: “Ver Elvis com a sua banda a tocar o material rockeiro todas as noites realmente encheu-me de energia.” E seria difícil para um jovem alternadamente meigo e violento ter melhor mestre do que Costello. No Sudoeste TMN, teremos oportunidade para ver as duas faces do norueguês das mil melodias.
www.sondrelerche.com
SONIC JUNIOR | Mais um exemplo da efervescência criativa que ataca o Nordeste do Brasil, o projecto Sonic Junior provém de Maceió, capital de Alagoas. Terá algumas pequenas ligações ao mangue beat, mas no essencial
utiliza o seu remoto porto de abrigo para fazer música de dança que se parece muito pouco com o que ouvimos habitualmente. Sonic Junior é uma ideia avançada e dirigida pelo percussionista, letrista e vocalista Juninho, um homem que se iniciou pelos campos do ska-punk mas cuja vida levou uma volta quando em 1999 comprou um “groove box” Roland 303, como que começou a criar
bases de bateria e baixo electrónicas. Desde então, com três álbuns no activo, os Sonic Junior têm passado muito tempo a explorar as partes melódicas e harmónicas a colocar nas suas bases rítmicas, criando colagens
de alta densidade. Buscam inspiração em poetas da liberdade como Manu Chao e Jorge Ben e, nas suas palavras, continuam, “com muitas experimentações, à
procura do verdadeiro som electrónico orgânico brasileiro”.
www.sonicjunior.com.br
VANESSA DA MATA | Aos três anos Vanessa da Mata já queria ser cantora. Foi um caminho inescapável que a levou a sair muito nova da sua pequena cidade natal no interior de Mato Grosso. O pai não queria que seguisse a via artística, pelo que o pretexto para abrir as asas foi um curso de Medicina que nunca fez. Na grande metrópole de São Paulo começou a cantar em bares e a sua voz, suave mas potente, doce mas senhora de si, chegou a ouvidos tão
importantes como Milton Nascimento e Maria Bethânia. Vanessa da Mata queria também ser compositora, mas pensava que não podia sem saber tocar um instrumento. Afinal, esta brasileira de 32 anos tem uma imaginação fértil e a capacidade de criar canções mesmo à flor da pele: escreve em qualquer sítio, em qualquer circunstância. E as suas composições, que tanto bebem em
tradicionais sertanejos e Roberto Carlos como em excêntricos como Bjork, chegaram às vozes de, entre outros, Daniela Mercury e Ana Carolina. Ao Sudoeste TMN a cantora traz o seu mais recente álbum, “Sim”, que conta com um convidado de luxo: o norte-americano Ben Harper, com quem gravou o tema “Boa sorte/Good luck”. Boa sorte de quem apanhar na Zambujeira esta voz, das
mais marcantes da actualidade brasileira.
www.vanessadamata.com.br
TIAGO BETTENCOURT | Assim que os Toranja entraram em hibernação amigável em finais de 2006, o vocalista, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside
a, guitarrista e compositor Tiago Bettencourt lançou-se à tarefa de colocar de pé o seu álbum de estreia a solo. E são
essas canções que Tiago Bettencourt vem apresentar em primeira mão ao Festival Sudoeste TMN. Das ditas canções sabe-se ainda pouco, mas é certo que foram gravadas no Canadá, com produção de Howard Bilerman, ligado às
aventuras dos Arcade Fire, e escolhidas quinze de um grupo de quarenta compostas durante os três anos que os Toranja andaram em digressão. A acompanhar Tiago Bettencourt estão o contrabaixista Pedro Gonçalves (Dead
Combo) e o baterista João Lencastre, habitual colaborador dos Blasted Mechanism. Ao serviço dos Toranja, Tiago Bettencourt destacou-se pela qualidade das suas letras, vinhetas sentidas da intimidade urbana, entregues
sob um manto de melodias muito trabalhadas. Agora a solo, não há qualquer razão para duvidar que o trovador não aumente ainda mais a parada das suas canções.
www.myspace.com/tiagobettencourt
ETA CARINAE | Eta Carinae é o nome da estrela mais brilhante da nossa galáxia, e é o nome de um dos mais interessantes projectos alternativos da actual música brasileira. Sob a batuta do vocalista/guitarrista Dirceu Melo, este quinteto de Recife, Pernambuco, parte de bases rítmicas electrónicas, a que junta harmonias regionais como o baião e elementos percussivos nacionais
como o samba. O resultado é um som que valoriza os tons nordestinos e brasileiros, mas que aspira a uma universalidade. É música para pensar com todo o corpo e todos os sentidos, que não tem pejo em, apesar da sua
modernidade, se assumir como devedora dos estados alterados do psicadelismo e da procura de soluções interiores para as tensões do mundo. “Graça maior”
ou “Loa do mar” são dois dos temas que têm perpassado pelo Myspace e levantado no mundo digital o nome destes cinco jovens brasileiros que abrirão em pacíficas vibrações o palco Planeta Sudoeste no dia 4.
www.myspace.com/etacarinae
POSITIVE VIBES
SAIAN SUPA CREW | Após uma década a lançar bombas musicais pelo mundo fora, chega a Portugal a Saïan Supa Crew. Uma espécie de supergrupo da música urbana francesa, este colectivo junta elementos de diferentes grupos que nesta equipa podem dar azo às misturas mais diversas. Actualmente são cinco:
Sir Samuel, Sly, Feniksi, Vicelow, Leeroy e Specta. Sobre uma base de hipm hop, juntam reggae, soul, r&b, soul ou zouk, e mais, se lhes apetecer – e normalmente apetece. E nunca dispensam o “human beatbox”, essa outra disciplina fundamental do hip hop. Autodenominam-se uma associação de benfeitores de hip hop, e não estão longe da verdade, pois as suas visões muito abertas trazem frescura ao género. Ao terceiro álbum (“Hold Up”,
2006), estes descendentes de famílias migrantes continuam a rappar deslizantemente sobre racismo, droga e violência global, mas não deixam de lado a doçura das relações. Para o Festival Sudoeste TMN, a chegada desta
equipa será uma verdadeira bomba para o Palco Positive Vibes.
www.saiansupacrew.com
MARTIN JONDO | Duas palavras definem Martin Jondo: “Rainbow Warrior”.
Transporta consigo na pele um arco-íris de locais, desde a Coreia da sua mãe até a Alemanha do seu pai, da Jamaica onde foi buscar inspiração até à Babilónia mítica que procura. “Warrior” do guerreiro que é, lutando para marcar o seu terreno numa área – o reggae germânico – dominada pela sombra gigante de Gentleman. Não se sejam inimigos: foi Gentleman que deu a Martin a primeira mão, ao levá-lo em “tournée” como vendedor de T-shirts e aproveitando para o colocar a cantar em palco, em dueto, todas as noites, uma canção. Que se chamava “Rainbow Warrior”, exactamente, e foi composta numa zona rural a norte de Berlim, onde o antigo Leste e Oeste se chocavam.
Martin tenta com a sua guitarra e voz seguir a espiritualidade da religião rastafariana, não abandonando, no entanto, a placidez oriental que recebeu da sua mãe. Nunca se arrependeu de ter abandonado a universidade para seguir o sonho. Ao ouvirmos a sua voz pura e serena, percebemos que pelo menos da sua Babilónia já encontrou um pouco. Porque é livre a cantar. Como diz a (sua ) canção: “Down in babylon we’re chanting songs of freedom”.
www.martinjondo.com
STEPACIDE | Os Stepacide são seis, e são de Cascais. Terra de sol, mar, praias. De música. Excelente e fértil terreno, portanto, para o reggae. E, segundo o próprio grupo, para música que se mantenha fiel às raízes e
cultura rastafariana via Jamaica, mas também à sua herança europeia. Ou seja, vogam por entre as mais venerandas formas de ska e roots, mas piscam dois (bronzeados) olhos ao dancehall. Como influências, citam Sizzla, os “pais” Steel Pulse ou os compatriotas Primitive Reason. Mas os pontos altos de uma curta carreira – iniciada em Janeiro de 2004 – foram partilhar o palco com duas lendas do reggae: Alpha Blondy e Gregory Isaacs. Há nestes jovens uma frescura contagiante, vinda de seis músicos que de início, ainda adolescentes e nunca tendo tocado noutros grupos, foram instintivamente chegando a um ponto de encontro comum para todos, que era o reggae. Essa música universal e apelativa. Como terminam os Stepacide: “O dancehall reggae tem tudo a ver com refrões contagiantes.”
12585384> www.myspace.com/manif3stos
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BILHETES À VENDA!
PASSE DE 4 DIAS | 70 EUROS
BILHETE DIÁRIO | 40 EUROS
Locais de Venda: Multibanco, Fnac, Balcões dos CTT, Agências ABEP e Alvalade, Bliss (Oeiras Park e Montijo), Livraria Bulhosa (Oeiras Park),
Postos de Turismo de Odemira, Vila Nova de Milfontes, Zambujeira do Mar e Sines, Junta de Freguesia de Santo André e Ticketline (Reservas: +351 707234234 e www.ticketline.sapo.pt).
Em Espanha: BreakPoint (Reservas: +34 986205588 e
www.breakpoint.es) e
Ticktackticket (Reservas: +34 902150025
www.ticktackticket.com)
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FESTIVAL SUDOESTE TMN
2007
2 a 5 de Agosto
Zambujeira do Mar
Autor: inside